Ex-prefeito de Unaí também é condenado a 100 anos por chacina
A exemplo do que ocorreu na semana passada com seu irmão Norberto, o ex-prefeito de Unaí (MG) Antério Mânica foi condenado a 100 anos de prisão como mandante do assassinato de quatro servidores do Ministério do Trabalho, em 28 de janeiro de 2004. Como chegou a ficar 26 dias preso, a pena a cumprir é de 99 anos, 11 meses e quatro dias.
O ex-prefeito, eleito justamente em 2004 e reeleito em 2008 pelo PSDB, também poderá recorrer da sentença em liberdade, assim como o fazendeiro Norberto e o empresário José Alberto de Castro, condenado como intermediário do crime, por quatro homicídios qualificados. Mas também terá de entregar o seu passaporte e não poderá deixar o país.
Com isso, já são seis os condenados pela chacina ocorrida há quase 12 anos. Em 2014, foram para a prisão três apontados como executores. Falta ainda julgar Hugo Alves Pimenta, que fez um acordo de delação com a promotoria. O julgamento, na mesma 9ª Vara Federal de Belo Horizonte, está marcado para a próxima terça-feira (10). Ontem, da mesma forma que no julgamento de Norberto Mânica, auditores fiscais e familiares das vítimas gritaram “justiça ainda que tardia” assim que a sentença foi lida pelo juiz Murilo Fernandes de Almeida, pouco depois das 23h da quinta-feira (5).
A defesa de Antério já informou que vai recorrer da decisão. No julgamento, que durou dois dias, o ex-prefeito negou participação no crime e disse que sua inclusão no processo foi “um grande equívoco” do Ministério Público.
Na manhã de 28 de janeiro de 2004, os fiscais Nelson José da Silva, João Batista Lages e Erastótenes de Almeida Gonçalves, o Tote, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira foram executados a tiros, em uma estrada vicinal na zona rural de Unaí, município no noroeste de Minas Gerais, a 600 quilômetros de Belo Horizonte.