Papa pede que Europa integre refugiados

Pontífice diz que continente tem meios para encontrar equilíbrio entre integrar estrangeiros e proteger seus cidadãos. Segundo ele, imigrantes podem trazer benefícios econômicos para países anfitriões.

O papa Francisco afirmou nesta segunda-feira (11/01) que a Europa deve ser capaz de integrar migrantes sem prejudicar a segurança dos cidadãos do continente, reconhecendo que a atual crise migratória representa um grande desafio para os valores europeus.

O pontífice disse que o afluxo de refugiados está causando “problemas inevitáveis” e aumentando preocupações sobre “mudanças nas estruturas cultural e social” dos países anfitriões. Também crescem os temores relacionados à segurança, “exacerbados pela crescente ameaça de terrorismo internacional”.

“A atual onda migratória parece estar minando as bases do espírito humanista que a Europa sempre amou e defendeu”, declarou o pontífice num discurso anual para diplomatas no Vaticano.

Com sua “grande herança cultural e religiosa”, a Europa detém os meios para encontrar o equilíbrio entre “a responsabilidade de proteger os direitos de seus cidadãos e de assegurar a migrantes assistência e aceitação”, afirmou Francisco.

A questão da integração tem sido alvo de acalorados debates neste início de ano, após uma série de ataques sexuais contra mulheres ter sido registrada na noite de Ano Novo na cidade alemã de Colônia. Testemunhas, vítimas e policiais falam que oss agressores seriam homens de aparência árabe ou norte-africana.

Somente a Alemanha registrou 1,1 milhão de refugiados em 2015, grande parte deles da Síria e do Iraque. A maioria dos refugiados que chegaram à Europa no ano passado são muçulmanos, o que leva muitos europeus a temerem que seja difícil integrá-los à sociedade.

Em 2015, o papa já havia pedido que a Europa aceitasse refugiados. Segundo o pontífice, a integração bem-sucedida dos migrantes trará benefícios sociais, econômicos e culturais para os países anfitriões.

Francisco alertou que os países mais afetados pela crise migratória não devem ser deixados sozinhos e pediu “um diálogo franco e respeitoso entre os países – de origem, de trânsito e de recepção – em busca de uma solução sustentável”.

LPF/rtr/dpa/afp/lusa via Terra

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