IBGE propõe debate de nova classificação para os espaços rurais e urbanos
A publicação Classificação e caracterização dos espaços rurais e urbanos do Brasil – uma primeira aproximação, lançada hoje pelo IBGE, propõe a discussão sobre os critérios utilizados na delimitação do território nacional. O objetivo do estudo é aprimorar a divulgação do Censo Demográfico de 2020 e oferecer à sociedade avanços na diferenciação de áreas rurais e urbanas que possam servir de base para a otimização de políticas públicas e do planejamento privado. De acordo com a nova proposta, 76% da população brasileira era “urbana” em 2010, enquanto a classificação usada atualmente, via legislação municipal, indica 84,4%.
O estudo apresenta uma classificação dos espaços rurais e urbanos por município e define critérios comuns para todo o país. São três critérios básicos para a elaboração dessa classificação: a densidade demográfica, a localização em relação aos principais centros urbanos e o tamanho da população. Após a análise dos critérios, os municípios foram caracterizados como “urbanos”, “rurais” ou “intermediários”. A metodologia aplicada está alinhada a de organizações internacionais como a União Europeia, e a de países como os Estados Unidos, o que permite a comparabilidade dos resultados brasileiros.
Por meio da análise de abordagens consagradas nos âmbitos internacional e acadêmico, a publicação propõe a discussão de nova delimitação rural-urbana adequada às iniciativas da Nova Agenda Urbana, adotada pelos 167 países participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Habitat III) e nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A publicação está disponível em formato digital na Plataforma Geográfica Interativa, que incorpora, em um mesmo ambiente, todas as informações contidas no projeto.
No Brasil, 76% da população vivia em municípios “urbanos” e 60% dos municípios eram “rurais”
A tipologia proposta demonstra que 76% da população brasileira se encontrava em municípios “predominantemente urbanos”, o que corresponde a 26% do total de municípios. A maior parte dos municípios brasileiros foi classificada como “predominantemente rural” (60,4%), sendo 54,6% “rurais adjacentes” e 5,8% “rurais remotos”.
No Norte, 10,5% da população residia em municípios “rurais remotos” e 65% do número de municípios eram “rurais”
Na região Norte, parcela significativa da população (10,5%) vivia em municípios classificados como “rurais remotos”, correspondendo a 26,9% dos municípios. Considerando também a quantidade de municípios “rurais adjacentes” (38,1%), a região Norte destacava-se pelo elevado percentual de municípios “rurais” (65,0%), apesar de que 66,3% de sua população vivia em municípios “urbanos”.
No Nordeste, 1/3 da população residia em municípios “rurais”, representando 68,9% do total de municípios
Na região Nordeste, cerca de 1/3 da população (29,5%) vivia em 1.236 municípios “rurais” (68,9%), fazendo com que o Nordeste tivesse o percentual mais baixo de população vivendo em municípios “urbanos” (59,3%).
No Sudeste, 87% da população residia em municípios “urbanos”
O Sudeste revelou os maiores números absolutos (625) e relativos (37,5%) de municípios “urbanos”, que abrigavam 87% da população regional.
No Sul, apenas 0,05% da população residia em municípios “remotos”
A região Sul tinha, em relação ao isolamento, os menores valores relativos para os municípios classificados como “intermediários remotos” (0,02%) e “rurais remotos” (0,03%) entre as cinco Grandes Regiões, o que mostra a grande proximidade física entre suas sedes municipais.
No Centro-Oeste, 79,8% da população reside em municípios “urbanos”
O Centro-Oeste destaca-se como região de grandes contrastes. Ela possui o segundo maior percentual de população em municípios “urbanos” (79,8%) e em municípios “intermediários remotos” (2,3%) e “rurais remotos” (4%).
Fonte: IBGE