Morre o ator e comediante Paulo Silvino, aos 78 anos
Personagem icônico da TV brasileira, ele ficou marcado recentemente pelo bordão ‘cara, crachá’
O ator Paulo Silvino, de 78 anos, faleceu na manhã desta quinta-feira (17) em decorrência de um câncer. Ele retirou um tumor no estômago em julho do ano passado e chegou a fazer sessões de quimioterapia. O ator ficou marcado pelo trabalho no humorístico Zorra total, no qual atuava como o porteiro Severino, cujo bordão era “cara, crachá”. O filho dele, João Paulo Silvino, lamentou a perda nas redes socias: “Que Deus te receba de braços abertos, meu pai amado”.
Paulo nasceu imerso no universo artístico por conta do pai, o comediante Silvino Netto. Começou a carreira aos 20 anos de idade, quando lançou o EP Nova geração em ritmo de samba. “Eu nasci nisso. Com seis, sete anos de idade, frequentava os teatros de revista nos quais o papai participava. Ele contracenava com pessoas que vieram a ser meus colegas depois, como o Costinha, a Dercy Gonçalves”, disse Paulo em entrevista ao Memória Globo. Na década de 1960, deu os primeiros passos como ator profissional ao escrever e atuar em peças.
No ano de 1967, ingressou na emissora, depois de passar por canais como TV Tupi, TV Continental, TV Rio e TV Excelsior, com a apresentação do programa Canal 0. A partir do sucesso na nova casa, fez participações em diversos programas, incluindo Faça humor, não faça guerra, Satiricom, Planeta dos homens, Balança mas não cai, Viva o gordo e Brasil pandeiro. Um dos primeiros destaques dele no canal foi o programa de variedades Por que hoje é sábado, que apresentou ao lado de Lúcio Mauro, Grande Otelo e Dircinha Batista.
Depois da saída de Jô Soares da Globo, Silvino se tornou roteirista do Domingão do Faustão por um curto período de tempo. Em seguida, em 1990, mudou-se para o SBT, na qual iria apresentar o Condomínio Brasil, que não chegou a estrear. Por conta do cancelamento, ele foi para os humorísticos A praça é nossa e da Escolinha do Golias. Voltou à Globo em 1993 para a Escolinha do Professor Raimundo e seguiu para a Record, atuando na Escolinha do barulho.
Além da presença na TV brasileira, Paulo Silvino também atuou em diversas produções do cinema – em algumas, chegou a também escrever o roteiro. Um varão entre as mulheres (1974), O padre que queria pecar (1975), A mulata que queria pecar (1977), Assim era a pornochanchada (1978), Minha sogra é da polícia (1958), O Rei da pilantragem (1968) e Um edifício chamado 200 (1973) são alguns filmes que contaram com a participação dele.