Fraqueza da economia já afeta arrecadação, diz Receita
Contratações por salário menor e recuo nos lucros das empresas abalaram as receitas em março, diz secretário da Receita
O desaquecimento da economia já afeta os números de arrecadação de impostos, segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias. Os valores de março foram positivos e a arrecadação cresceu quase 4% incluindo os efeitos não recorrentes. Mas os números acenderam um alerta no órgão.
Segundo Malaquias, houve uma “mudança de patamar” no ritmo de crescimento econômico do país que se refletiu no recolhimento total no mês de março. Ele lembrou que, em janeiro e em fevereiro, o avanço das receitas foi superior a dois dígitos.
Com alta menor da economia, lucros das empresas tendem a subir menos e o ganho dos trabalhadores também. Também há um recuo no consumo. Esse cenário afeta a arrecadação de impostos sobre o consumo, lucros e rendimentos em geral.
Entre os movimentos que foram reflexo da fraqueza da economia estão as contratações por salário menor, que levaram a Previdência Social a registrar a primeira queda real (descontada a inflação) na arrecadação em 10 meses. Ao todo, o INSS arrecadou R$ 31,818 bilhões em março, queda de 0,53% ante igual mês de 2017.
“A economia está contratando cada vez mais trabalhadores, mas eles estão voltando ao mercado com um patamar salarial um pouco menor (do) que no ano passado. Apesar de haver crescimento no número de empregos, a massa salarial está crescendo menos”, disse Malaquias.
Outro dado que refletiu a retomada lenta do país foi o recuo de 3,78% na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), tributos ligados ao lucro das empresas, depois de crescer em janeiro e fevereiro.
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