O uso de avaliação em sala de aula divide opiniões. Ensina ou não?
Hoje, as provas não são apenas para classificar uma turma ou avaliar
Quando escutam as palavras avaliação ou prova a reação dos alunos é sempre negativa. No Brasil, as formas de avaliar os jovens nas salas de aula é um assunto polêmico. Na maioria das vezes, as escolas priorizam o modelo tradicional de avaliação – somativo ou classificatório. E consequentemente, essa atitude cria um ambiente competitivo. O resultado são alunos desmotivados e que só estudam em busca de boas notas.
A dúvida que é gerada em torno do processos avaliativos é: se a escola existe para ensinar, de que vale uma avaliação que confirma a deficiência do estudante, mas não mostra para ele formas de como resolver o seu problema? Temida pelos alunos, a prova deixou de ser o único instrumento de avaliação usado pelos professores na educação básica. Contudo, isso não significa que elas devem ser banidas das salas de aula.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, aprovada em 1996, determina que a avaliação seja contínua e acumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos, ou seja, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar devem ser mais valorizados que a nota da prova final.
A pedagoga Maria Cristina de Oliveira também acredita que a avaliação pode ir da nota. “As avaliações são necessárias, não podemos deixar de avaliar o rendimento dos alunos por meio delas. Os próprios pais cobram por esse resultado. Portanto, é importante usar também outros métodos, como por exemplo o relatório de desenvolvimento individual de cada estudante, que é algo processual”, pontuou.
Para Maria Cristina os estudantes precisam ser avaliados todos os dias, mas para diminuir a ansiedade dos alunos, algumas atitudes podem ser adotadas pelos educadores. “As escolas devem escolher apenas uma semana de prova. Outra dica é colocar fiscais para tomar conta dos alunos, enquanto eles realizam algum simulado. Desta forma, eles não se sentem tão pressionados”, conclui Oliveira.
É preciso ter em mente que não há certo ou errado, porém existem elementos que melhor se adaptam a cada situação didática. São os professores que serão os responsáveis por escolher o melhor método e adaptá-los não só aos seus objetivos mas também às necessidades de cada turma. O professor deixa de ser aquele transmissor de informações para ser parceiro das crianças e adolescentes. Ele é instrumento para que todos elaborem seu conhecimento.
Segundo a psicóloga Talita Brandão, muitas provas são baseadas apenas na memorização de fórmulas e conteúdo que, na maioria das vezes, não fazem sentido para quem está estudando. “O processo de aprendizagem é único e varia de aluno para aluno, porém as escolas não consideram esse fator. É necessário que as instituições de ensino reflitam sobre o sistema educacional e repensem o sistema de avaliação”, avalia a psicóloga.
Fonte: Bárbara Maria – Ascom Educa Mais Brasil