Pesquisa usa anticorpos de lhamas para inibir o novo coronavírus

Um dos anticorpos é semelhante, em tamanho, aos dos humanos, enquanto o outro é três quartos menor

CATALINA LEITE

Para invadir as células humanas, o coronavírus se utiliza de uma proteína chamada “spike”. Diversos estudos já começaram a codificar o Sars-Cov-2 para identificar os pontos fracos dessas proteínas, mas agora pesquisadores procuram substâncias que inibam o vírus da Covid-19 a partir das spike.

É o caso do estudo “Base estrutural para neutralização potente de betacoronavíruspor Anticorpos Camelid de domínio único”, a ser publicado na revista científica Cell nesta terça-feira, 5. A análise in vitro da pesquisa aponta que a combinação de dois anticorpos das lhamas, mamíferos da América do Sul, consegue bloquear vírus que tenham proteínas spike.

Um dos anticorpos é semelhante, em tamanho, aos dos humanos, enquanto o outro é três quartos menor. Esses anticorpos pequenos são os chamados de domínio único ou nanocorpos, e podem ser nebulizados e utilizados em um inalador. De acordo com Daniel Wrapp, co-primeiro autor do artigo, isso torna os nanocorpos “potencialmente interessantes” como medicamento para patógenos respiratórios, já que podem ser entregues diretamente onde está a infecção.

A pesquisa está se preparando para começar os estudos pré-clínicos, com testes em hamsters ou primatas não humanos. Depois dessa etapa, o próximo passo é a testagem em humanos. O objetivo é desenvolver uma terapia com anticorpos, algo diferente de vacinas.

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“As vacinas precisam ser administradas um ou dois meses antes da infecção para fornecer proteção. Com as terapias com anticorpos, você está dando diretamente a alguém os anticorpos protetores e, imediatamente após o tratamento, eles devem ser protegidos. Os anticorpos também podem ser usados para tratar alguém que já está doente, para diminuir a gravidade da doença”, explica Jason McLellan, co-autor sênior.

O estudo é uma parceria da Universidade de Texas em Austin (UT Austin), dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e da Universidade de Gante, na Bélgica. Ele já foi revisado pelos pares (outros pesquisadores).

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