Bioparque da Amazônia recebe novos moradores neste período de pandemia
Dois gaviões, uma tartaruga, um bicho preguiça, pássaros criados em cativeiro, um jupará e um tucano são os novos habitantes do Bioparque da Amazônia, neste período de pandemia. Os mais novos moradores são uma preguiça mãe e seu filhote, que foram resgatados por um cidadão que os salvaram de serem vendidos na cidade, próximo ao muro de arrimo do Araxá.
De acordo com a veterinária do parque, Marina Bezerra Macedo, nos últimos dez dias, ela e sua equipe estão recebendo um animal a cada dia, vindo de várias formas: por doação, apreensão do Batalhão Ambiental e animais encontrados em áreas urbanas que as pessoas vão até o Bioparque deixá-los. “Muitos precisam de cuidados. Aqui, damos os primeiros socorros e fazemos a soltura. Tem alguns que estão saudáveis e apenas soltamos na área do parque. Aqueles que precisam de alimentação ou de cuidados médicos, nós cuidamos até podermos soltá-los, como o tucano que recebemos, que teve as penas de voo cortadas e estamos aguardando até nascer de novo para fazermos a soltura”, informa a veterinária.
Marina destaca que o parque está ficando mais povoado pelos animais e mais bonito, e agradece as pessoas que ajudam com denúncias aos maus-tratos e salvando os bichos, como o mestre de obra Cleodivan Monteiro Gama, que quando passava pela área de arrimo do seu bairro viu uma sacola estranha na mão de um ambulante, ela se mexia, e ele foi questionar sobre o que tinha lá. Soube que era uma preguiça que foi encomendada e estava aguardando seu comprador.
Cleodivan conversou com o ambulante e conseguiu que ele soltasse o animal e não fizesse a venda. “Consegui convencer ele a me doar o bicho. Ele me falou que uma pessoa encomendou e pediu para que levasse o animal, mas este comprador estava demorando muito. Perguntei o que faria com o bicho, ele disse que o comprador comia esse tipo de animal. Sou ativista de causas humanitárias e também defendo os animais, não podia deixar isso acontecer. Devido àquela situação, achei melhor conversar e garantir a liberação do bicho”, relata.
Para a surpresa de Cleodivan, a preguiça não estava sozinha, tinha um filhote agarrado a ela. Ele entrou em contato com a equipe do Bioparque e levou os animais para lá. Segundo a equipe que verificou o estado da mãe e filhote, foi constatado que fisicamente estavam bem, só estavam assustados e que eram silvestres (não domesticados). Assim que foram liberados na área do parque, subiram logo em uma das árvores, mostrando fácil adaptação à natureza.
“O bicho preguiça com seu filhote agora se juntaram aos novos e antigos moradores do parque, e poderão ter uma longa vida e receber cuidados devidos. Eles ficarão soltos e protegidos”, ressalta a chefe de Gabinete do Bioparque, Tatiana Costa.
O Bioparque da Amazônia
Possui uma área de 107 hectares, integra ecossistemas, animais e pessoas. O parque foi criado em 1973 pelo saudoso Raimundo dos Santos Souza, o Sacaca, para receber animais silvestres acidentados durante a construção da estrada que interligava Macapá ao porto de Santana. Anos depois foi transformado em Jardim Zoobotânico, mas ficou fechado por quase 20 anos por não atender às normas ambientais. Em outubro de 2019, o parque foi reaberto com um novo conceito e denominado de Bioparque da Amazônia pela atual gestão da Prefeitura de Macapá.
Secretaria de Comunicação de Macapá
Pérola Pedrosa