Mais de 25 mil pessoas na Amazônia são beneficiadas na pandemia com apoio da Embaixada da França
Em um ano, comunidades ribeirinhas e periféricas receberam cestas básicas, kits de higiene, ambulanchas, pontos de telessaúde e outras ações estruturantes
Uma das maiores articulações lideradas pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) para o enfrentamento da Covid-19, a parceria com a Embaixada da França se encerrou em maio deste ano com o saldo de mais de 25 mil pessoas beneficiadas em Manaus e no interior do Amazonas. Foram distribuídas 48 toneladas de cestas básicas e kits de higiene, 30 mil máscaras, oito ambulanchas, 19 canoas, kits de itens médicos e 2,5 mil litros de combustível, além da instalação de 9 (nove) pontos de telessaúde e a realização de capacitações para agentes comunitários de saúde (ACS).
As comunidades beneficiadas estão localizadas em Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas: Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Negro, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, RDS Puranga Conquista e RDS do Piranha. Também foram atendidas famílias de 13 bairros periféricos de Manaus: Coroado, Comunidade Sharp (Armando Mendes), Jorge Teixeira, Monte das Oliveiras, Monte Ararate (Nova Cidade), Mutirão, Novo Aleixo, São Jorge, Parque das Garças, Parque das Tribos (Tarumã), Redenção, São Geraldo e São José.
Além das doações de insumos para o enfrentamento da pandemia, a parceria entre FAS e Embaixada da França resultou na estruturação de espaços coletivos para educação, cultura e saúde em três bairros da capital. Teve a reforma da sede do Programa de Restauração Ecológica e Urbanização Sustentável na Amazônia (Reusa), na Redenção; a construção do Galpão do Bem, no bairro Monte das Oliveiras, que está finalizando as obras; e o complexo comunitário do Parque das Tribos, no Tarumã, que foi inaugurado em abril.
Para o coordenador do Programa de Saúde na Floresta da FAS, Luiz Castro, parcerias como a da Embaixada da França são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das comunidades, não apenas no período da pandemia, mas a médio e longo prazo. Ele destaca os ganhos que a telessaúde e a capacitação dos ACS trouxeram para a saúde nesses locais.
“A parceria chegou no momento certo e teve efeito imediato para as comunidades, que foram atendidas com alimentação e material de higiene, indispensáveis na pandemia. Os equipamentos viabilizados, como oxímetros, termômetros e EPIs foram essenciais para as equipes de saúde e ACS, assim como as ambulanchas, canoas e combustível. Isso permitiu o socorro aos ribeirinhos que precisavam chegar até os hospitais. Tivemos a possibilidade da realização de capacitações fundamentais que facilitaram o trabalho dos CAS ACS e encaminhamento de casos graves de Covid para atendimento especializado”, diz Luiz Castro.
Segundo o coordenador, o trabalho da FAS e da Embaixada da França junto às secretarias municipais de saúde propiciou um salto de qualidade na atenção primária nessas comunidades. A instalação dos nove pontos de telessaúde permitiram a realização de telecapacitações para os ACS e teleatendimento aos moradores em saúde mental, medicina e enfermagem.
“Os benefícios trazidos continuarão, pois prepararam os ACS para outros desafios como prevenção de doenças endêmicas, imunização e atendimento a pacientes gestantes, da terceira idade e crônicos. Foi uma qualificação importantíssima para o trabalho em saúde desempenhado nessas localidades. A telessaúde, em particular, representa um avanço inédito e importantíssimo, pois é um instrumento útil que permite a teleducação e o teleatendimento”, enfatizou o coordenador.
Para a gestora da UBS da Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na RDS Rio Negro, os pontos de telessaúde representam um avanço para a qualidade de vida da comunidade. “A telessaúde veio para ajudar não só a UBS, mas para suprir as necessidades da comunidade no geral, para ter uma internet boa”, disse.
A coordenadora da agenda de Cidades Sustentáveis da FAS, Cristine Rescarolli, reforça que as ações da Embaixada da França foram decisivas na proteção social, segurança alimentar e manutenção da renda dos comunitários em Manaus.
“As instalações entregues no Parque das Tribos, por exemplo, mudaram a realidade da comunidade através do resgate, preservação e multiplicação da cultura de origem de cada uma das 35 etnias residentes no local. A Casa da Saúde, que cuidará do bem estar dos que contará com uma equipe local, a Casa das Mulheres que levará a proteção social às mulheres, espaço para manter a cultura através de artesanato, dança e culinária. E a Maloca dos povos Indígenas Parque das Tribos, que é local sagrado, local de rituais, mas também de decisões políticas, se manterá também como local turístico e de difundir a cultura indígena na cidade de Manaus”, afirma a coordenadora.