Momento Espírita: Retribuição
As relações entre patrões e empregados nem sempre são amistosas.
De um lado, os empregados reclamam que os patrões exigem demais e não pagam salários compensadores.
De outro, os patrões falam de empregados que se mostram desonestos, que depois de trabalharem muitos anos, alimentando-se dos salários pagos por eles, de forma correta, fazem reclamações trabalhistas injustas.
Uns e outros reclamam de comportamentos indevidos, de horas extras não pagas, de trabalhos malfeitos, de irresponsabilidades.
Por isso, o caso do empresário Bob Thompson é muito interessante de ser conhecido.
Durante quarenta anos, ele trabalhou, com sua equipe, de abril a dezembro, antes da neve, fazendo estradas.
Conseguiu abrir a empresa graças à quantia de três mil e quinhentos dólares que sua esposa havia conseguido economizar trabalhando como professora substituta.
Os primeiros cinco anos foram muito difíceis. Ele não retirava nem seu salário. Depois, com o próprio esforço e de toda a sua equipe, os negócios prosperaram e ele enriqueceu.
Um dia, o senhor Thompson retribuiu o favor. Vendeu sua empresa de pavimentação e deu a seus quinhentos e cinquenta empregados, ativos e aposentados, nada menos do que a quantia de cento e vinte e oito milhões de dólares.
Até mesmo as viúvas dos ex-empregados receberam cheques. Noventa deles se tornaram ricos num instante.
Quando os cheques foram entregues, Thompson fez questão de não estar por perto.
Eu não queria estar lá, disse, as coisas se tornam muito emocionais.
Perguntado a respeito do porquê de tal atitude, respondeu:
Dei-me conta de que as pessoas ao meu redor sofreram junto comigo. Eu queria retribuir. Tenho certeza que era a coisa correta a ser feita.
Um de seus empregados, por trinta e três anos, disse: Ele não pedia a ninguém para fazer alguma coisa que ele mesmo não pudesse fazer.
Mesmo que estivesse de terno e precisasse ajudar, ele estava sempre pronto.
* * *
Patrões e empregados dessa qualidade dão exemplo de que se nos comportarmos como cristãos, respeitando-nos, e cada qual reconhecendo o valor do outro, o relacionamento entre ambos, com certeza, será bem melhor.
Como seres humanos, dependemos uns dos outros. E é Deus, em Sua Misericórdia, que nos permite ocuparmos ora uma posição, ora outra.
Como superiores, somos responsáveis pelos nossos subalternos.
Na condição de subalternos, temos a obrigação de cumprir bem o nosso dever, fazendo jus ao salário que recebemos.
* * *
O gerente é aquela pessoa que se responsabiliza pelo trabalho da equipe.
Quem administra precisa da colaboração de quem obedece. E quem executa necessita prestar atenção e respeito a quem administra.
Por sua vez, aquele que administra deve exercer bondade e compreensão com seus subordinados, a fim de que as engrenagens do serviço funcionem com segurança.
Quem não respeita a tarefa que lhe honra a vida, desrespeita a si mesmo.
Servir além do próprio dever não é bajular e sim conquistar apoio e experiência, simpatia e cooperação.
Redação do Momento Espírita, com base em artigo de Seleções Reader’s
Digest, traduzido do original inglês por Shou Wen Allegretti e nos caps. 16 e 17
do livro Sinal Verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, ed. CEC.
Em 22.7.2021.