Transplante de rim de porco em humano abre possibilidades na medicina

A notícia rodou o mundo: pela primeira vez, um rim de porco geneticamente modificado foi acoplado a uma bomba e conectado ao sistema vascular de paciente sem que houvesse rejeição do órgão.

O transplante experimental fez parte de um procedimento que abre a possibilidade de usar órgãos de animais no ser humano, o chamado xenotransplante.

O feito inédito, ocorrido na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, divulgado na última semana, foi realizado em um paciente com morte cerebral, mantido em ventilador por 54 horas, com consentimento da família, enquanto os médicos estudavam a função do rim.

O cirurgião e professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Silvano Raia, coordenador do grupo brasileiro que trabalha com xenotransplante, explica que o teste bem sucedido nos Estados Unidos estimula a continuidade de trabalhos nesta área.

Aqui no Brasil, a pesquisa em curso na USP já obteve um embrião de porco geneticamente modificado. Os cientistas agora aguardam recursos para a construção de uma estrutura de biossegurança para criação dos animais, como explica Silvano Raia.

Segundo Raia, a experiência com iniciativas experimentais de xenotransplante sugere que nos próximos dois anos países como Estados Unidos, China e Alemanha realizem transplantes clínicos deste tipo. No Brasil, segundo ele, dois anos após a construção desse criadouro biosseguro será possível realizar efetivamente xenotransplantes. 

*Com produção de Michelle Moreira

EBC

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