Fortaleza de São José: obra s de restauração concentram na retirada dos telhados e reparos emergenciais, em Macapá
Visitação ao monumento está suspensa a partir desta quinta-feira, 19. Medida do Governo do Amapá leva em consideração a segurança dos visitantes, para evitar acidentes durante as intervenções.
Iniciada em agosto pelos Governos do Amapá e Federal, a obra de restauração da Fortaleza de São José, em Macapá, avança com a retirada e avaliação dos telhados e reparos emergenciais. As visitações no museu estão suspensas a partir desta quinta-feira, 19, para garantir a segurança durante os trabalhos, e serão retomadas no próximo dia 26 de setembro.
Os trabalhos se concentram na retirada e fabricação de novas telhas, bem como a avaliação estrutural para conter infiltrações e preservar o patrimônio histórico. Todos os materiais retirados serão reaproveitados em outras partes da restauração, como os pisos e tijolos, fabricados em processo sustentável com uso de caroços de açaí na queima.
A equipe especializada atua na proteção dos espaços para evitar infiltrações durante os trabalhosEm parceria com o Governo do Estado, os serviços são realizados por equipes técnicas coordenadas pela Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA – Cultura & Patrimônio) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que transformarão o museu em um espaço mais acessível para a população.
Também são feitos reparos urgentes nas partes elétricas e hidráulicas. Toda a readequação foi definida com base na consulta pública, realizada em 2023, sobre o uso dos espaços físicos para a criação de galeria de artes, restaurantes, salas de exposições e espaço para shows.
Aretha Gallena, coordenadora de Gestão de Projetos da APPA”Estamos cuidando da Fortaleza de dentro para fora. São muitas etapas e várias pessoas envolvidas, desde quem fornece o material até a mão de obra. Todas as equipes possuem muita experiência na restauração de monumentos históricos. É fundamental que o patrimônio seja acessível para toda a população e estamos trabalhando para isso”, explica a coordenadora de Gestão de Projetos da Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA), Aretha Gallena, que trabalha na gestão de projetos.
A obra tem três fases focadas em recuperar várias partes da Fortaleza de São José, como telhados, pintura, pisos, madeiras, sistema de drenagem, encanamentos, pedras e paredes. Além disso, o projeto inclui a instalação de um sistema de acessibilidade para pessoas com deficiência, um sistema contra raios e uma nova iluminação interna.
Uma parceria com a empresa Amapá Telhas trabalha na fabricação da nova cobertura e tijolos com um modelo manual e sustentável. Em vez de usar carvão para a queima, são utilizados caroços de açaí e restos de palmeiras para promover a sustentabilidade durante os trabalhos. O material remanescente será triturado e utilizado para fazer as lajotas do piso, evitando desperdício.
Eliane Machado, técnica em segurança do trabalho”A energia aqui dentro é surreal, estar dentro da Fortaleza é como estar em outro mundo. Fico muito grata em saber que vai ter um pouco de mim e do meu trabalho nessa requalificação”, comentou a técnica em segurança do trabalho, Eliane Machado, de 34 anos, que p articipa das melhorias no monumento.
A obra, orçada em R$ 44 milhões, foi aprovada na Lei Rouanet do Ministério da Cultura e recebeu o aporte inicial de R$ 27 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com uma contrapartida de R$ 5 milhões do Tesouro Estadual.
A expectativa é que, ao final da obra, a Fortaleza de São José de Macapá esteja revitalizada e pronta para se tornar um Patrimônio Mundial com novos espaços adaptados, com áreas para exposição de arte, gastronomia e áreas de convivência pensados para o conforto dos visitantes.
Visitação ao monumento está suspensa a partir desta quinta-feira, 19, como medida de segurança contra acidentes
Fortaleza de São José de Macapá
Inaugurada no dia 19 de março de 1782, a Fortaleza de São José ocupa uma área extensa de quase 30 mil metros quadrados, sendo um dos mais antigos pontos turísticos da capital amapaense. A fortificação foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) em 22 de março de 1950, em um ato de reconhecimento a sua importância histórica e arquitetônica.
Em 2007, o local se tornou um museu. Nos dias atuais, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) é o órgão público responsável pelo monumento.
Agência de Notícias do Amapá