Congresso na UFPA debate desafios da educação básica na Panamazônia

Com a participação de aproximadamente 800 inscritos, o reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Tourinho, abre nesta terça-feira, 24 de setembro, a partir das 9 horas, no Centro de Convenções Benedito Nunes, localizado no campus, em Belém, o 1º Congresso Panamazônico dos Professores de Língua, Linguagem e Literatura da Educação Básica (1º Cllimaz) e o 2º Encontro dos Egressos do ProfLetras da Universidade Federal do Pará (2º Letrasvivaz). A mesa de abertura terá, ainda, Gilmar Pereira da Silva, Vice-Reitor da UFPA; Marcos André da Cunha, Presidente do 1º Cllimaz e do 2º Letrasvivaz; Tânia Maria Sarmento-Pantoja; Diretora do Instituto de Letras e Comunicação (ILC-UFPA); Maria da Penha, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Coordenadora Nacional do ProfLetras.

Integram, também a mesa, Antônia Pereira Bezerra, Coordenadora da Área 51: de Ciências e Humanidades para a Educação Básica; Carlos Estevam Marcolini, Coordenador de Programas, Cursos e Monitoramentos em Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Marcos Antônio Trajano; Coordenador Adjunto de Programas, Cursos e Monitoramentos em Educação a Distância da CAPES, e Araceli Lemos, Secretária Municipal de Educação de Belém (Semec).

O professor Marcos Cunha, Presidente do 1º Cllimaz e do 2º Letrasvivaz, informa que o objetivo do 1º Cllimaz é o de promover a interlocução entre os diferentes profissionais da educação básica, pensar o ensino da linguagem para além da gramática tradicional e das variantes prestigiadas da língua portuguesa. Estimularemos a relação com a educação superior para discutir o ensino de língua, linguagem e literatura como ações de valorização humana dos sujeitos e de suas espacialidades panamazônicas. “Vamos propor políticas de ensino comprometidas com a ecologia e a sustentabilidade, enfatizando-se a importância da inclusão social, étnica, cultural, artística e escolar e combater as diferenças regionais. Já 2º Letrasvivaz viabiliza a formação continuada dos docentes da rede pública fundamental e básica a que se propõe o Programa de Mestrado”, detalha.

Após a mesa de abertura, haverá uma videoconferência, a partir das 11 horas, com Marcia Tiburi, filósofa e convidada da Université Paris 8, que abordará os Ensinos e saberes das linguagens na Amazônia: entre Vozes que gritam e a floresta que se levanta. Em seguida, a professora Antônia Pereira Bezerra, da Universidade Federal da Bahia/ÁREA 51-CAPES, falará sobre Ciências, Humanidades para educação básica: ações que articulam pesquisa e formação permanente dos professores da rede pública de ensino no país.

De acordo com a professora Márcia Greco Ohuschi, integrante do Comitê Científico dos eventos, as informações do Censo Escolar de 2023, divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC), mostram que a educação básica desempenha um papel fundamental na formação e desenvolvimento dos estudantes. Segundo o levantamento, o Brasil contava, no ano passado, com 178.476 escolas de educação básica. A rede municipal brasileira corresponde por aproximadamente dois terços desse total (59,8%), seguida da rede privada (23,3%).

No Pará, conforme dados da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em agosto passado, existem 975 escolas, 40 mil professores e 500 mil estudantes. Em Belém, pelos dados da Secretaria Municipal de Educação (Semec), existem 199 escolas atendendo aproximadamente 70 mil estudantes.

Grupos temáticos – Os eventos terão 14 grupos temáticos relacionando a importância do ensino com a escrita, língua, discurso, literatura, linguagem, gêneros literários, gramática, línguas de sinais, tradução, interpretação de línguas, decolonialidade, produção cultural, oralidade, gêneros, texto e a variação linguística, entre outros.

Grupos propositivos – Os grupos temáticos trabalharão o ensino da língua e da linguagem e as suas relações com a educação indígena, quilombola; inclusão social, heterogeneidade étnica e cultural; heterogeneidade linguística; preservação da Amazônia; diferenças regionais brasileiras, manifestações culturais, educação do campo, das águas e das Florestas na Pan-Amazônia, além do ensino da linguagem e da literatura com as práticas integrativas com os movimentos sociais. Destes grupos sairão propostas para serem apresentadas e encaminhadas para os gestores da educação.

Internacional – Participam dos eventos convidados do Chile, Peru e Colômbia e 22 especialistas, mestres e doutores de várias regiões do Brasil, além de uma ampla programação cultural, o lançamento de mais de 20 livros e momentos de degustação dos múltiplos e deliciosos sabores amazônicos.

COP-30 – Para o professor Welton Diego Lavareda, da Coordenação Geral do 1º Cllimaz e do 2º Letrasvivaz, os eventos abrem espaços para a participação social para além dos muros da universidade no momento em que se debate a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 30) em Belém. “ O Congresso reforça o compromisso da universidade pública com uma formação humanizada e transformadora no ensino, na pesquisa e na extensão em educação, linguagem e literatura nas universidades e escolas públicas da panamazônia, que devem ultrapassar a COP 30”, alerta Welton.

Ele enfatiza diz que a educação básica é ferramenta estratégica para assegurar a formação consciente das novas, presentes e futuras gerações. “A educação é um princípio constitucional e um ato político decisivo para a construção de um novo projeto de desenvolvimento sustentável dentro das salas de aulas, das moradias, nos bairros, nas vilas, nas aldeias indígenas, nos quilombos, nas comunidades ribeirinhas, nos centros periurbanos, urbanos e em defesa da sobrevivência do planeta e da vida”, finaliza.

Texto: Kid Reis – Ascom UFPA/ProfLetras/ Norte – Contato: 9 9148 9401

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