Bolsistas da Embrapa apresentam trabalhos no Congresso Amapaense de Iniciação Científica
O evento faz parte da 21ª SNCT do Amapá
Um total de 10 bolsistas da Embrapa Amapá apresentaram trabalhos no 13º Congresso Amapaense de Iniciação Científica (Conaic), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap), campus Macapá.
Os bolsistas são acadêmicos de graduação, orientados por pesquisadores da Embrapa. Seis da área de ciências agrárias e quatro das ciências biológicas, que participam de pesquisas da Embrapa sobre temas como manejo de andirobeiras, progênies de mangabeira, açaizal de floresta de várzea, avaliação de inajá, suplemento para tambaqui, perfil de postura e eclosão de tracajá, e levantamento de moscas e parasitoides em araçá-boi. As bolsas desses estudantes são custeadas com recursos do CNPq.
O Conaic é um evento destinado a estudantes de graduação participantes dos Programas de Iniciação Científica ou Tecnológica das instituições Universidade Federal do Amapá (Unifap), Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Embrapa, Ifap e Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Iepa), para apresentação dos resultados das pesquisas vinculadas aos projetos desenvolvidos na vigência 2023/2024.
Trabalhos de bolsistas da Embrapa Amapá:
– A qualidade do óleo de pracaxi sob diferentes tipos de vedação e tempo de armazenamento.
Este trabalho será apresentado pela bolsista Kamila da Silva Maciel, acadêmica de Farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap), sob orientação da pesquisadora Valeria Bezerra. O objetivo foi analisar parâmetros de qualidade físico-química do óleo de pracaxi extraído a frio em prensa artesanal com aplicação das Boas Práticas de Fabricação, por mulheres extratoras da comunidade do Limão do Curuá (Bailique, Macapá, AP). O óleo foi envasado em garrafas de vidro âmbar, reaproveitadas e vedadas com dois tipos de tampas – buriti e plástica. A conclusão é que a aplicação das Boas Práticas de Fabricação influenciou a qualidade do óleo de pracaxi, principalmente em relação ao índice de acidez até o nono mês de armazenamento, e até um ano e meio depois, quando levado em consideração o índice de peróxido, independentemente do tipo de vedação utilizada.
– Variáveis hematológicas e crescimento de tambaqui (Colossoma macropomum) suplementado com selênio e zinco.
Este trabalho será apresentado pela bolsista Amanda Mendes Pacheco, acadêmica de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), sob orientação da pesquisadora Eliane Yoshioka. O objetivo foi avaliar as variáveis hematológicas e crescimento do tambaqui suplementado com selênio e zinco, na forma de nanopartículas, após alimentação por 15 dias. Este estudo contribui para o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 2 (Fome zero e agricultura sustentável). O estudo concluiu que a suplementação com selênio e zinco comprometeu o crescimento dos peixes, evidenciado pelo peso final menor no grupo suplementado em comparação com o grupo Controle. Ocorreu redução na contagem de eritrócitos, além do aumento no volume corpuscular médio nos tambaquis suplementados. Isso indica estresse e problemas na capacidade de transporte de oxigênio. Esses achados ressaltam a necessidade de gerenciar os níveis de suplementação mineral para evitar efeitos adversos na saúde e no crescimento dos peixes.
– Perfil de postura e eclosão de ovos de Podocnemis unifilis (tracajá) em cativeiro na Amazônia brasileira.
Este trabalho será apresentado pelo bolsista Henrique da Costa Pereira, acadêmico de Engenharia de Pesca da Ueap, sob orientação da pesquisadora Jamile Araújo. O estudo objetivou caracterizar o perfil de postura, eclosão e dos ovos não eclodidos de tracajás em cativeiro na Amazônia brasileira, na estação reprodutiva de 2023 a 2024. Neste período reprodutivo ocorreu diminuição no número de ninhadas e aumento no número de ovos por ninhada, em comparação a estação reprodutiva de 2021 a 2022. Esse dado demonstra a importância do acompanhamento reprodutivo dos animais em cativeiro. Como também a possibilidade de alteração do padrão de postura de acordo com a idade dos animais reprodutores.
– Infestação por moscas frugívoras (Diptera:Tephritidae e Lonchaeidae) e parasitoides associados em araçá-boi (Eugenia stipitata Mcvaugh) no Estado do Amapá.
– Este trabalho será apresentado pela bolsista Jessica Paula Monteiro Oliveira, acadêmica de Engenharia Florestal da Ueap, sob orientação do pesquisador Ricardo Adaime. O objetivo foi realizar um levantamento de espécies de moscas frugívoras e parasitoides em E. stipitata. O araçá-boi tem se mostrado um bom hospedeiro para moscas frugívoras no estado do Amapá. Este trabalho constitui os primeiros registros de ocorrência de N. certa infestando E. stipitata e de D. areolatus parasitando larvas de moscas frugívoras nesta espécie vegetal no estado do Amapá. A pesquisa constatou que o araçá-boi é um bom hospedeiro para moscas frugívoras no estado do Amapá. Este trabalho constitui os primeiros registros de ocorrência de N. certa infestando E. stipitata e de D. areolatus parasitando larvas de moscas frugívoras nesta espécie vegetal no estado do Amapá.
– Avaliações biométricas de frutos e sementes de matrizes de inajá [Attalea maripa (aubl.) mart.] coletadas no Amapá para introdução em Banco Ativo de Germoplasma.
Este trabalho será apresentado pela bolsista Aline Cordeiro da Silva Pacheco, acadêmica de Engenharia Florestal da Ueap, sob orientação do pesquisador Rogério Alves. A pesquisa avaliou as características biométricas de frutos e sementes de matrizes de inajá coletadas em áreas de alta ocorrência da espécie no estado do Amapá, com o objetivo de identificar descritores úteis para os acessos no Banco Ativo de Germoplasma. As análises descritivas mostraram uma variação moderada nas características biométricas dos frutos e sementes de inajá. No entanto, a análise de variância indicou que não houve diferenças significativas entre as matrizes analisadas. Esse dado sugere que não foram identificados novos descritores para a espécie. Esses resultados destacam a importância de realizar estudos adicionais com amostras mais amplas e em diferentes condições ambientais, visando uma melhor compreensão da variabilidade genética da espécie.
– Utilização de classificação supervisionada para detecção de açaizais manejados em floresta de várzea.
Este trabalho será apresentado pelo bolsista Josué Henrique Borges Ramos, acadêmico de Engenharia Florestal da Ueap, sob orientação do pesquisador Marcelino Guedes. O objetivo deste trabalho foi detectar áreas de manejo usando algoritmos de classificação supervisionada na Ilha das Cinzas, município de Gurupá (PA). Máquinas de Vetores de Suporte e Random Forest conseguem detectar a dois metros de resolução áreas de manejo. No entanto, há elevado dimensionamento de resultados. A oito metros apenas o Random Forest consegue detectar alguns pixels de manejo. Os modelos com LANDSAT 8 confunde muitas classes, e não é recomendável classificar por esse satélite. Com relação ao drone, a acurácia ainda é alta com o Modelo de Mistura Gaussiana, enquanto os outros modelos confundiram informações. Esses dados demonstram a necessidade de trabalhar com modelos orientados a objetos.
– Nova prensa artesanal: adaptações para diferentes capacidades de esmagamento.
Este trabalho será apresentado pela bolsista Sônia Barreto Nunes, acadêmica de Engenharia Florestal da Ueap, sob orientação do pesquisador Marcelino Guedes. O objetivo desse trabalho está focado em promover adaptações, ajustes e melhorias na prensa artesanal, visando otimizar o processo, maximizar o rendimento do óleo e melhorar a ergonomia para as extratoras de óleo em comunidades amazônidas. A prensa hidráulica artesanal representa uma solução inovadora e sustentável para a extração de óleo de pracaxi e outras sementes florestais. Com o contínuo aprimoramento desta tecnologia social e inovadora, a expectativa é de que as comunidades da Amazônia aumentem a produção de óleos florestais.
– Potencial de Trichoderma asperelloides para incrementar a solubilização de adubos fosfatados.
Este trabalho será apresentado pela bolsista Tatiana Pereira dos Santos, acadêmica de Engenharia Florestal da Ueap, sob orientação do pesquisador Adilson Lopes Lima. O objetivo foi avaliar dois isolados do fungo filamentoso Trichoderma asperelloides quanto à capacidade de solubilização de fosfato e aumento na eficiência do uso de fertilizantes fosfatados, em condições de laboratório. Esta pesquisa concluiu que os dois isolados de T. asperelloides apresentaram potencial para solubilização de fósforo em fertilizantes fosfatados. Especificamente neste estudo o TCH60 foi mais eficiente na solubilização do superfosfato simples e na solubilização do fosfato monoamônico. A escolha do isolado adequado para cada tipo de fertilizante pode otimizar a eficiência no uso de fósforo, promovendo uma agricultura mais eficiente e sustentável.
– Comportamento de progênies de mangabeiras do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Amapá.
Este trabalho será apresentado pela bolsista Thais Oliveira da Luz, acadêmica de Engenharia Florestal da Ueap. O estudo visa avaliar a variabilidade genética da mangabeira em progênies nativas e introduzidas no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Embrapa Amapá, para conservação e recomposição futuras. A pesquisa concluiu que a população de progênies nativas de mangabeiras se comporta diferentemente das originadas do estado da Paraíba. Há variabilidade dentro e entre progênies do Amapá, indicativo que o BAG captura importante fração desta variabilidade e contribui para sua manutenção em longo prazo.
– Manejo de andiroba: intensidade de coleta de sementes e monitoramento de regeneração natural em florestas de várzea estuarina.
Este trabalho será apresentado pela bolsista Aliny Sônia Luz Baia, acadêmica de Engenharia Ambiental da Ueap. O objetivo foi avaliar o impacto da intensidade da coleta de sementes na densidade da regeneração e na estrutura das árvores adultas de andirobeiras. O estudo constatou que, devido às baixas densidades, à baixa taxa de crescimento e à alta mortalidade, as áreas apresentam baixa regeneração natural. A coleta intensa de sementes no início pode afetar essa regeneração, já que as sementes sofrem alta predação natural e podem ser levadas pelas águas. A baixa mudança na altura dos regenerantes pode estar ligada à competição entre espécies. Contudo, como o monitoramento durou apenas nove meses, um período mais longo é necessário para confirmar o impacto da coleta na regeneração natural. —
Dulcivânia Freitas, Jornalista DRT/PB 1063-96
Núcleo de Comunicação OrganizacionalEmbrapa Amapá
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Macapá/AP