Polícia Federal prende prefeita por desvio de R$ 15 milhões no Amazonas
A prefeita Maria Barroso da Costa é acusada de ser a líder de uma organização criminosa que desviou R$ 15 milhões de verbas públicas da educação e da saúde. O esquema fraudulento contava ainda com o apoio do vereador Antônio Barreiros Venâncio, mais conhecido como Chiba, e do secretário municipal de saúde, José Augusto Salvador, que também foram presos.
Segundo a PF, o grupo teria desviado recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do Sistema Único de Saúde (SUS), do Distrito Sanitário Especial Indígenae (DSEI). A investigação constatou que das 64 licitações analisadas, 44 foram fraudadas.
O chefe da CGU Amazonas, Marcelo Borges, informou que a denúncia partiu do Ministério Público Federal. As investigações também constataram que falsos médicos, sem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), atuavam em Pauini com salário médio de 20 mil reais.
“O genro da prefeita, que é um falso médico, recrutava estudantes de medicina da Bolívia e colocava para trabalhar nos hospitais, sendo que apenas há um médico no município com CRM. Então só ele assinava os laudos e os prontuários. Os falsos médicos atendiam a população de forma totalmente inadequada. Inclusive, parte do salário deles era entregue para a prefeita e para o secretário de saúde”, informou Borges.
De acordo com Marcelo Borges, as ambulâncias da cidade também eram desmontadas e as peças vendidas. “Está tudo lá sucateado, as ambulâncias estão lá, mas não funcionam e há denúncias de vendas de peças de veículos oficiais”, relata ele.
O chefe da CGU Amazonas contou ainda que parentes da prefeita teriam aberto empresas de fachada para ganharem licitações na prefeitura. A operação Cartas Chilenas mobiliza 30 policiais federais para o cumprimento de 49 medidas judiciais em Pauini e em Manaus, no Amazonas, e nos municípios de Rio Branco, Boca do Acre, Epitaciolândia e Brasiléia, no Acre.
A reportagem não conseguiu contato com a prefeitura do município.