Mapeamento de castanhais na Amazônia brasileira é tema de seminário no Amapá

Resultados parciais do Projeto “Mapeamento de Castanhais Nativos, Caracterização Socioambiental e Econômica de Sistema de Produção de Castanha-da-amazônia” (MapCast), foram apresentados durante um seminário e workshop na Embrapa Amapá, no período de 7 a 10 de novembro, em Macapá (AP). De acordo com o pesquisador Marcelino Carneiro Guedes, responsável pelos eventos, os objetivos do seminário foram apresentar o projeto MapCast, discutir os dados referentes às ações em andamento e avaliar os resultados de estudos com foco na análise da distribuição da castanha-da-amazônia, por meio da modelagem e da abordagem participativa. O workshop foi realizado com o propósito de difundir os princípios de modelagem, gerar simulações no software MaxEnt, e propor validações com os dados de campo obtidos na Reserva Extrativista do Rio Cajari, localizada no sul do Amapá.

A pesquisa MapCast é liderada pela Embrapa Amazônia Ocidental (Amazonas), com atividades nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Mato Grosso. Tem como objetivo principal gerar base de dados para o mapeamento de castanhais nativos por meio de geotecnologias, e caracterizar as relações sociais e econômicas da produção extrativista da castanha na Amazônia brasileira. O projeto é liderado pela pesquisadora Kátia Emídio da Silva, da Embrapa Amazônia Ocidental (Amazonas). “O evento foi excelente, atingindo os objetivos planejados e a equipe que coordena está de parabéns. Com a troca de experiências, a gente avança no conhecimento sobre a distribuição da castanheira dos diversos estados e o resultado desse seminário e Workshop vai dar a oportunidade de publicações e divulgação de resultados, e de contribuir para o avanço do conhecimento dessa espécie tão importante para a Amazônia e para as populações que dependem dela”, afirmou Kátia Silva. Também atuaram como facilitadores, a pesquisadora Lucieta Martorano, da Embrapa Amazônia Oriental (Pará), a doutoranda Daiana Tourne (Esalq/USP), o engenheiro florestal Ediglei Gomes Rodrigues e o pesquisador Marcelino Guedes.

O workshop idealizado para treinar a aplicação do software MaxEnt trouxe a Macapá a pesquisadora Lucieta Martorano, responsável pela análise da dispersão em áreas potenciais de ocorrência de castanheiras na Amazônia, por meio da validação do modelo MaxEnt nos castanhais da Reserva Extrativista do Rio Cajari (Resex). Acadêmica de doutorado da Esalq/USP, Daiana Tourne também foi instrutora no workshop. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ela é co-orientada pela pesquisadora Lucieta Martorano e sua pesquisa de tese é vinculada ao projeto MapCast.

Mais de 70 mil castanheiras foram mapeadas no sul do Amapá

A experiência que serve de modelo para o treinamento do programa MaxEnt é o mapeamento e a ocorrência de castanhais da Reserva Extrativista do Rio Cajari (Resex), no Sul do Amapá. Durante três anos, foram realizadas expedições de campo pelos técnicos do instituto Estadual de Florestas (IEF), como parte do Projeto Carbono Cajari. A atividade envolveu a participação de 296 agroextrativistas de 13 comunidades da Resex. O trabalho alcançou informações preciosas: mais de 71 mil castanheiras mapeadas e caracterizadas quanto a sua produtividade, estado fitossanitário, diâmetro e presença de cipós, localização dos pontos de quebra da castanha, paiol de armazenagem e locais de lavagem. Com base nessas informações, foram calculadas as distâncias percorridas pelos extrativistas e o esforço de coleta e de transporte até a estrada e cooperativa. Além disso, foi realizado o georreferenciamento de 304 castanhais e o inventário de cerca de 71 mil árvores de castanheiras, distribuídas em uma área de 9 mil hectares.

Saiba Mais:

Programa Dia de Campo na TV sobre o Mapeamento de castanhais nativos da Reserva Extrativista do Rio Cajari.

https://www.youtube.com/watch?v=zEWWyIY3UQ0

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