Professor Antônio Munhoz Lopez morreu na tarde de hoje, aos 85 anos

De acordo com informações dadas pela família, Antonio Munhoz faleceu no início desta tarde de insuficiência renal. Ele era considerado uma personalidade do Amapá pelo trabalho junto a literatura local, dentre outros.

Abaixo segue histórico do professor feita pelo historiador e amigo pessoal do professor, Edgar Rodrigues, publicada no Facebook:

 

Educador e bacharel em Direito paraense, o professor ANTONIO MUNHOZ LOPES estava no Amapá desde 1959. Nasceu em Belém, em 10 de fevereiro de 1932,e faleceu hoje (22 de maio de 2017). Filho do farmaceutico José Ayres Lopes e Izabel Munhoz Lopes, os quais somente o registraram no dia 3 de março do mesmo ano. Iniciou seus estudos como professor particular e prestou exames no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Belém (1943). Começou o ginásio no Colegio Nazaré, dos Irmãos Maristas, em Belém. Transferiu-se depois para o Seminário Metropolitano Nossa Senhora da Conceição.

Em São Luiz (Maranhão) inijciou o curso de filosofia, reebendo a batina no dia 8 de dezembro de 1950. Fez curso juridico em Belém, na Faculdade de Direito do Pará, bacharelando-se em 4 de outubro de 1959. Atendendo ao convite, veio para o Amapá, chegando a Macapá em outubro de 1959, após colar grau em Direito, pela Faculdade de Direito do Pará, ingresa no governo em 8 de dezembro de 1958, na funçao de delegado de Policia do DOPS (Delegacia de Ordem Politica e Social). Em 1º de julho de 1960 é enquadrado na função de professor de Ensino Secundário, lotado da antiga Divisão de Educação. A partir daí, ocupa váris cargos de destaque, entre direção de estabelecimentos de ensino como o Colégio Amapaense, e de alguns órgãos na área de Educação. Ele sempre teve presença marcante nos acontecimentos sociais do Amapá. Visitou quase todos os paises do mundo.

Em 17 de abril de 1961 é nomeado diretor do Colégio Amapaense, e no ano seguinte, orientador do Ensino Médio. Em 14 de abril de 1963 é nomeado membro da Associação Amapaense de Imprensa, fundada nesta data. Em outubro de 1969 é escolhido, por um júri de professores, “Mestre do Ano”,. Recebendo uma caneta de ouro do então governador do Território Federal do Amapá, general Ivanhoé Gonçalves Martins. A crítica de cinema Luzia Miranda Alvarez, do jornal “O Liberal”, considerou Antonio Munhoz “um dos pioneiros da verdadeira critica cinematográfica do Pará” . Ele faz parte da obra “A Critica do Cinema em Belém”.

Conhecedor profundo da cultura mundial, Munhoz já visitou todos os países da Europa, e os seguintes países: África do Sul, Candá China, Cingapura, Egito, Estados Unidos, Finlândia, Índia, Indonésia, Israel, Japão, Marrocos, México, Nepal, Quênia, Rússia, Tailândia e Turquia…entre muitos outros.. O jornalista Haroldo Franco chamou-o “Cidadão do Mundo”, além de “um dos melhores mestres da nova civilização que o Brasil está implantando no Amapá”. O último poema escrito por Alcy Araújo, em abril de 1989, foi dedicado a “Antonio Munhoz, Cidadão do Mundo”.

Sempre foi fascinado por museus e visitou os mais importantes do mundo, como o Louvre em Paris, o Ermitage em São Petersburgo (Rússia), o Prado em Madri, o Metropolitan de Nova Iorque, o do Vaticano, e o do Bardo, na Tunísia. Ele pe citado no livro “La Bellezza Salvera Il Mondo”, editado em Milão, sobre a obra pictórica do missionário-artista Fulvio Giulliano, que esteve entre nós. Participou do II Festival Du Plateau des Guianes, em Caiena, em outubro de 1986; esteve presente ao ato inaugural do novo Hotel Marriot, em outubro de 1987, ocasião em que aplaude a famosa Shirley Bassey.

Assistiu em Paris, às solenidades do bicentenário da Revolução Francesa em 14 de julho de 1989, passando uma temporada em Marselha. Por muitos anos manteve correspondência com o poeta português Manoel Correia e com a escritora Lindanor Celina, falecida em 4 de março de 2003, e que residiu em Clamart, na França, considerando-a uma estilista.

Alem de ter cursos de Filosofia e Direito, era formado também em Letras. Religioso, conheceu as igrejas do Santo Sepulcro (Jerusalém); as quatro maiores basílicas de Roma (São João de Latrão, Santa Maria Maior, São Pedro e São Paulo Extra Muros) além do Duomo de Mião, da Catedral de Chartres – onde estão os mais belos vitrais do mundo; Notre Dame (Paris, uma das expressões máximas do gótico na França); a Catedral de Santa Maria Del Fiore (Florença, Itália); Santiago de Compostela, com o “Pórtico da Glória”, na Galicia (Espanha); a Capela Polatina de Palermo, na Sicília (Itália), uma das maravilhas do mundo, dedicada a São Pedro; a catedral de Monreale; a catedral de Cefalu e de Siracusa, entre outras não menos famosas.

Além do reconhecimento de “Mestre do Ano”, Antonio Munhoz foi agraciado com Diploma de Honra ao Mérito (Câmara Municipal de Macapá 1987); Destaque 1988 (Jornal do Dia); Colar do Mérito Judiciário (Tribunal de Justiça do Amapá). Fez parte do Conselho de Cultura do Amapá por muitos anos. Ultimamente ele fazia parte dos trabalhos liderados pelo professor Nilson Montoril de Araújo, para o ressurgimento da Academia Amapaense de Letras, da qual fazia parte desde a fundação.

Descanse em paz, Professor Munhoz. Você educou gerações…. e deixa milhares de alunos de luto. Vai ser muito difícil a gente esquecer este personagem que escolheu o Amapá para viver…. e também para descansar.

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