Governo amplia tratamento do SUS a portadores de hepatite C

Medicamentos serão fornecidos independentemente do estágio da doença

THUANY MOTTA

Na véspera do Dia Mundial de Combate à Hepatite, celebrado nesta sexta-feira (28), o Ministério da Saúde anunciou, nessa quinta-feira (27), a ampliação do tratamento atualmente oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tipo C da doença, o mais grave.

A ideia é passar a ofertar a terapia composta pelos medicamentos sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir para todos os pacientes diagnosticados, independentemente do grau de comprometimento do fígado.

Hoje, esses medicamentos são utilizados no SUS apenas para portadores de HIV, pessoas que passaram por transplantes ou pacientes mais graves – caso daqueles hoje chamados de F3 e F4, categorias mais avançadas na classificação utilizada para medir os danos no fígado devido à doença.
Agora, a proposta é passar a incluir os pacientes com graus mais leves, que hoje utilizam outros medicamentos com menor chance de cura. Atualmente, o país tem 135 mil pessoas diagnosticadas com o tipo C da doença.

Pacientes na fase F2 passarão a ser atendidos já a partir do primeiro semestre de 2018. A estimativa é que 80 mil a 90 mil pessoas estejam nesse grupo.

No segundo semestre, seriam incluídos os pacientes com graus F0 e F1, casos geralmente assintomáticos. Conhecida como uma doença silenciosa, a hepatite C tem poucos sintomas. Em casos mais graves, pode levar complicações como cirrose e câncer de fígado.

A mudança no protocolo ocorre diante do avanço no tratamento de pacientes indicados para receber os medicamentos sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir, incorporados ao SUS em 2015.

“É muito importante que o maior número de pessoas tenha acesso ao tratamento de melhor qualidade. Esses avanços são valiosos. Antes, com a antiga droga, a cura não ultrapassava 70% e, agora, já passa dos 90%”, afirma o hepatologista e gastroenterologista Mário Magalhães.

O combate a essa doença deve começar o quanto antes. “O tratamento oferece maiores chances de eliminação total do vírus, de cura, sendo feito no começo”, diz o gastroenterologista Leonardo Veloso, médico da Associação Brasileira de Portadores de Hepatite. Ele explica que o diagnóstico é obtido por meio de exames laboratoriais.

No ano passado, os registros de hepatite C somaram 27.358, ou 13,3 casos por 100 mil habitantes. A doença é transmitida pelo contágio com sangue contaminado, como transfusão de sangue, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos de uso pessoal como agulhas de tatuagem, alicates, tesouras. Não há vacina para o tipo C. (Com agências)

Em BH. Nesta sexta-feira (28) é possível fazer o teste gratuito na rodoviária de Belo Horizonte. A ação é feita pela Secretaria Municipal de Saúde, no 2º andar do terminal rodoviário, das 9h às 16h.

Para os tipos A e B, vacina é a melhor forma de prevenção.

 

O Tempo

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