OSTP apresenta concerto “Música Brasileira Contemporânea”

Com programa que contém nomes diversificados da composição erudita atual, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) apresenta nesta quinta-feira (23), às 20h, o concerto “Música Brasileira Contemporânea”, como parte da temporada 2017, sob a regência do maestro Miguel Campos Neto. Entre os compositores constam Maria Helena Rosa Fernandes, Paulo C. Chagas, Fernando Morais, Carlos Pires, a maestrina paraense Cibelle J. Donza e o também paraense Luiz Pardal. O evento é uma promoção do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Academia Paraense de Música (APM).

Paulo C. Chagas compôs para a sinfônica “Dança Marajoara”, que terá sua estreia mundial em Belém. A obra é uma homenagem à música e à cultura do Pará e da ilha do Marajó e foi inspirada nos ritmos e melodias folclóricas do estado, desde as raízes do carimbó até os estilos contemporâneos de música popular, como o Brega, o Arrocha e o Tecno-brega. Outra referência do compositor é a Banda Calypso, que em sua opinião mistura de maneira bem sucedida ritmos regionais com música pop internacional. Paulo é compositor brasileiro e sua música desenvolve uma estética pluralista que utiliza materiais musicais de diferentes culturas, mídias acústicas, eletroacústicas e digitais.

“A música do Pará escuto com prazer e imenso respeito por sua importância cultural e musical. A ‘Dança Marajoara’ incorpora essas influências musicais em uma composição que cria uma paisagem sonora em constante mudança e transformação. A música começa com o ritmo insinuante da percussão, ao qual os instrumentos da orquestra são gradualmente adicionados e a composição cria também processos harmônicos e um acúmulo de tensão rítmica e sonora que se intensifica na metade da obra. A partir daí, desenvolve-se uma sequência de melodias e harmonias que evocam o universo da música popular do Pará, culminando na dança majestosa da parte final”, comenta Paulo C. Chagas.

Ele explica, ainda, que a obra conclui com o vigoroso ritmo da percussão tocando sozinha. “É uma obra que exalta o corpo, ao mesmo tempo em que explora a riqueza de texturas e cores da orquestra sinfônica. A música celebra a atmosfera alegre e aprazível, a simplicidade e intensidade das pessoas e da cultura paraense. A vida é uma dança divina que existe independentemente de nós e da qual temos a oportunidade de participar. É a dança que nos faz ver quem realmente somos, a dança que revela nosso ser autêntico. É a dança que embala a flor no vento, no sol, na chuva, e que não pode ser entendida pela mente, mas apenas pelo coração”, diz.

Já “Pasárgada em Noites e Luzes (muitas luzes)”, de Cibelle J. Donza, que também estreia no concerto desta quinta-feira (23), traz as referências de suas emoções de mais de 10 anos e do poema “Vou-me embora para Pasárgada”, de Manuel Bandeira. “Essa música tem relação com um poema meu e com a primeira composição, na época que nem estudava composição ainda, fiz para dois violões. Então, o principal tema da obra foi extraído dessa música e retrata um momento da minha vida no passado, uma Cibele de antes, apesar de ter sido composta agora. O poema falava sobre um lugar onde as coisas são diferentes, noites e luzes, o personagem é um fogo que está num lugar frio e que é instigado a queimar, dançar, esquentar esse lugar”, explica a compositora.

Programa

Maria Helena Rosas Fernandes (1933) – Dawawa Tsawidi (Choro de alegria e saudade)
Paulo C. Chagas (1953) – Dança Marajoara
Fernando Morais (1966) – Mulher Rendeira (Tema e variações)
Carlos Pires (1973) – Carol
Cibelle J. Donza (1985) – Pasárgada em Noites e Luzes (muitas luzes)
Luiz Pardal (1960) – Suíte das águas (Terra sem males/Bendita água/Áspera metrópole/Retorno à semente)

Serviço:
OSTP apresenta concerto “Música Brasileira Contemporânea”
Quinta-feira, 23, 20h
Theatro da Paz (Rua da Paz, s/n – Campina)
Entrada franca
Retirada de ingressos na bilheteria do teatro e no site www.ticketfacil.com.br
Informações: 4006-8758

Por Dominik Giusti

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