Dietas da moda não garantem emagrecimento e ainda podem ameaçar a saúde
Seguir dietas da moda não garante o emagrecimento duradouro e ainda pode ameaçar o bom funcionamento do corpo, alertam especialistas. Estudo suíço relaciona o famoso regime de restrição de carboidratos ao aumento do risco de diabetes 2
Quando o agente funerário londrino William Banting lançou, em 1863, um livrinho de 22 páginas contando como conseguiu perder 22kg em um ano, não podia imaginar que estava inaugurando um gênero literário extremamente lucrativo. Carta sobre a corpulência, considerada por historiadores a primeira obra sobre emagrecimento, foi um sucesso estrondoso, vendendo 63 mil cópias só na Inglaterra — um número bom até para os dias de hoje. O filão descoberto por Banting tem sido, desde então, exaustivamente explorado, sendo um dos carros-chefes da rentável indústria da dieta, que, somente nos EUA, movimenta mais de US$ 70 bilhões por ano.
À medida que aumentam os títulos, porém, cresce também o número de obesos no mundo. Estudos sobre as dietas da moda mostram que, no fim, todas trazem resultados semelhantes e pouco duradouros. Com um alerta: podem causar danos graves à saúde. Foi o que indicou um artigo publicado, na quinta-feira, no Journal of Physiology, revista da Sociedade de Fisiologia da Inglaterra. O trabalho, conduzido pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, constatou que um dos regimes mais vendidos em best-sellers, o cetogênico, aumenta o risco de diabetes 2. Isso mesmo no começo da dieta, que tem diferentes fases. Embora existam variações de nome, como Atkins, Duncan e, mais recentemente, low carb, a cetogênica consiste em, essencialmente, aumentar a gordura e quase eliminar o carboidrato.
Conhecida como um dos esquemas que mais emagrecem, essa dieta se popularizou na década de 1970, quando o cardiologista norte-americano Robert Atkins lançou a primeira edição de A dieta revolucionária do Dr. Atkins. A versão inicial do livro, relançado diversas vezes com modificações, trazia uma proposta bastante radical e, ao mesmo tempo, palatável para os padrões alimentares norte-americanos. Nada de verduras, legumes, açúcares e massas. Em compensação, muita carne (incluindo gordurosas e embutidas), queijo gordo, óleo, manteiga e ovo frito.
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