MP Eleitoral representa contra candidatos e cabos eleitorais por compra de votos
Entre os representados estão os candidatos Zezinho Tupinambá, Pedro da Lua, Patrícia Ferraz e Max da AABB
O Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) ajuizou no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) três representações por captação ilícita de votos, na última semana. Ao total, são acusadas sete pessoas: três cabos eleitorais e os candidatos Zezinho Tupinambá, Pedro da Lua, Patrícia Ferraz e Max da AABB. As ações são decorrentes de investigações iniciadas após denúncias e blitz dos órgãos fiscalizadores durante o período eleitoral.
No caso de Zezinho Tupinambá e Pedro da Lua, denúncia Sentia levou a equipe do MP Eleitoral a flagrar duas mulheres abordando moradores do conjunto Macapaba para compra de votos, em 6 de outubro. As mulheres portavam diversos materiais de campanha dos dois candidatos, bem como cadernos de anotações com nomes e números dos títulos dos eleitores, além da promessa de cestas básicas e pagamentos de contas de luz.
Em outra investigação do MP Eleitoral, com apoio da Polícia Federal (PF), foi identificado que a candidata Patrícia Ferraz utilizava o programa Dentistas sem Fronteiras com fins eleitorais. Com autorização judicial, foram realizadas busca e apreensão de documentos, dinheiro e aparelhos telefônicos nas residências da candidata e de um cabo eleitoral e também no comitê de campanha.
Na diligência, a PF encontrou anotações sobre o planejamento de esquema para compra de votos para a eleição de 2018. Além disso, nas mensagens encontradas nos celulares, ficou evidenciado que o cabo eleitoral intermediava pedidos de insumos odontológicos feitos por voluntários do projeto em troca de votos. Em uma das conversas, uma acadêmica de odontologia detalha o material que precisa e informa que possui uma lista com vinte votos para repassar, com nome e título de eleitor, e que consegue uma reunião entre os eleitores e a candidata.
A terceira representação envolve o candidato Max da AABB e dois cabos eleitorais. Em 6 de outubro, durante blitz de fiscalização do MP Eleitoral no município de Santana (AP), um veículo foi abordado e no seu interior foram encontradas anotações com nomes, telefones e número de títulos de vários eleitores, acompanhados de pedidos de materiais de construção, além de vários itens de material de campanha do candidato.
Para o MP Eleitoral, os três casos demonstram claramente a prática de compra de votos. Além dos quatro candidatos, três cabos eleitorais envolvidos vão responder às representações. Pela legislação eleitoral, em caso de condenação, a pena aplicada é a de multa e a cassação do registro ou diploma, no caso dos candidatos eleitos.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Amapá