Afinal, vale a pena contratar seguro para viagens internacionais?
Contrate um bom seguro antes de viajar, principalmente se o destino for o exterior. A maioria dos países não oferece atendimento médico gratuito a estrangeiros, e a conta de um hospital pode vir com valores acima do que você tem condições de pagar
O carnaval chegou. Daqui a pouco mais de um mês, tem a Semana Santa. Dois feriados prolongados. Por isso, muita gente aproveita para viajar nesses períodos. Para não ter aborrecimento, além dos cuidados na contratação de serviços, o consumidor precisa de um bom seguro viagem, principalmente se for deixar o país. Mas você sabe qual é a melhor opção? E o que fazer quando tiver que acionar a seguradora?
Um levantamento feito pelo site ComparaOnline, que compara preços de seguros e outros produtos financeiros, aponta que, em 60% dos casos, o uso do seguro viagem é necessário para cobrir despesas médicas hospitalares, os outros 40% se distribuem em extravio de bagagem, cancelamento e interrupção de viagem, seguido de traslado médico, repatriação sanitária, repatriação funerária com 2,5% cada.
“O serviço ainda é bastante negligenciado no Brasil. Seja para viagens de curta ou de longa distância, o viajante acaba lembrando dele apenas na hora de usá-lo. A maioria dos países e cidades não disponibiliza assistência médica gratuita a estrangeiros e os gastos podem ser astronômicos, o que seria evitado com a contratação do serviço que teria um valor infinitamente menor”, ressalta Paulo Marchetti, diretor da ComparaOnline.
De acordo com Marchetti, dependendo do destino, o risco de viajar sem seguro aumenta. “Na Europa, por exemplo, existe o Tratado de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre países europeus. Os brasileiros também não precisam de visto para entrar nesses países. Entretanto, o turista não assegurado corre o risco de ser deportado sem os custos pagos por acidentes, enfermidades e repatriação”, comenta.
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O seguro internacional é indispensável para quem planeja fazer intercâmbio, os preços variam entre os países. Segundo Marchetti, a popularidade da modalidade internacional é maior, mas também existe a nacional. “Alguns convênios médicos brasileiros não são aceitos em determinadas regiões, por isso, é importante garantir a segurança longe de casa”, indica.
Acidente
Ana Célia Soares de Meireles, 56 anos, e o marido Marcelo Meireles, 64, passaram aperto ao abrirem mão do seguro viagem quando foram passar férias na Itália. Eles, que comemoravam aniversário de casamento, se envolveram em um acidente e tiveram prejuízo com a conta do hospital. “Nunca havíamos viajado sem seguro antes, mas sempre contratávamos e nunca era usado. Então, optamos por confiar que ia dar tudo certo”, conta a dentista.
Logo no terceiro dia de viagem, Marcelo perdeu o controle do veículo, que bateu em outros. “Foi desesperador, mas, quando chegamos ao hospital, fiquei desesperada, porque me dei conta de que não tínhamos seguro”, recorda Ana Célia. Ao fim da viagem, além das despesas médicas, eles tiveram que arcar com os custos do veículo.
“Hoje, posso ir ao estado aqui do lado, mas vou contratar seguro se meu convênio não cobrir o território. Eu me arrependi muito da vez que não contratei e aconselho todas as pessoas a não viajarem sem um seguro. Imprevistos fogem do nosso controle. A verdade é que contratamos para não usar mesmo, mas, se algo acontece, ficamos aliviados”, diz Ana Célia.
O professor Guilherme Fernandes Neto, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), destaca a importância de se fazer pesquisas de satisfação, em sites como o do Procon e o Reclame Aqui, para não ser surpreendido negativamente. “Algumas pessoas acreditam na cobertura do seguro do cartão de crédito e não conferem se o serviço inclui, por exemplo, a segurança das bagagens”, observa o professor.
Estagiárias sob a supervisão de Renato Alves