Desejar o bem a outras pessoas pode aliviar ansiedade, diz estudo

E nem é preciso fazer muito: segundo um novo estudo, só de olhar para alguém desejando que seja feliz já tem efeito sobre seu bem-estar emocional.

Maria Clara Rossini

Praticar atividade física, fazer atividades que deem prazer, meditar… Por mais prazerosos que esses hábitos pareçam, incluí-los na rotina, muitas vezes, acaba deixando o dia a dia mais estressante do que o contrário. Claro que uma vida saudável (física e emocionalmente) passa por essas atividades, mas há maneiras ainda mais singelas de melhorar a sensação de bem-estar. O simples fato de olhar para outra pessoa e desejar sua felicidade, por exemplo, pode diminuir sintomas como estresse e ansiedade.

É o que mostra um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos, e publicado no periódico científico Journal of Happiness Studies. O experimento pediu que os participantes caminhassem por 12 minutos e focassem em determinados pensamentos ao encontrar outras pessoas.

Os voluntários da pesquisa foram divididos em quatro grupos, cada um encarregado de imaginar algo diferente enquanto batia o olho em outro indivíduo. Nada de dar uma de bom-moço de propósito: todos foram encorajados a produzir pensamentos e sensações genuínas durante o teste.

O primeiro grupo devia desejar felicidade a quem encontrasse, mentalizando a frase “Eu desejo que essa pessoa seja feliz”. O segundo se concentrou em pensar na conexão que eles possuem com o outro, imaginando que pudessem manter uma ambição ou sentimentos em comum, por exemplo. Participantes do terceiro grupo deveriam focar apenas em si mesmos, colocando o próximo em um patamar inferior durante a troca de olhares. Já o quarto serviu como “controle”. Quem ficou neste grupo deveria apenas levar em conta apenas o aspecto visual das pessoas, como as roupas e cores que estavam vestindo.

Antes e depois do experimento, os pesquisadores fizeram entrevistas com cada participante para medir níveis de ansiedade e estresse. O grupo dedicado a mentalizar a felicidade se sentiu mais empático, preocupado com o outro e, principalmente, feliz. Da mesma forma, o segundo grupo, que deveria tentar se colocar no lugar do outro, apresentou maiores níveis de empatia e conexão.

Como é de se imaginar, o terceiro grupo, o dos soberbos, não teve melhora em nenhuma das características. Esse dado contrasta resultados de pesquisas anteriores, que mostraram que o ato de se comparar com outras pessoas poderia amenizar o sentimento de alguém que estivesse mal consigo mesmo ou com baixa autoestima. Esse tipo de estratégia competitiva, aliás, já foi relacionada como causa de depressão e ansiedade.

Desejar o bem ao próximo faz bem independentemente da personalidade. A pesquisa também mostra que tanto pessoas naturalmente empáticas quanto as mais narcisistas aproveitam os benefícios dos bons pensamentos. Precisa dar uma amenizada na correria do dia a dia? Mandar pensamentos positivos para seu vizinho pode ser uma boa.

Super

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