Game Mario Kart Tour promete ser mania nos smartphones

A nova aposta da gigante Nintendo é mais uma prova da força do mercado

Guilherme Neto – Apresentador do quadro Fliperama no programa Stadium. A coluna do jornalista será publicada pela Agência Brasil semanalmente às quintas-feiras. Rio de Janeiro
Quando você estiver lendo esse texto, talvez um novo game para celular já tenha se tornado a febre do momento. Ao menos essa é a expectativa para Mario Kart Tour, criação da Nintendo para plataformas iOS e Android. É mais uma versão do famoso game de corrida que desde Super Mario Kart (1992) faz a alegria de jogadores de todas as idades.

Mario Kart Tour chega com a missão de repetir o sucesso da franquia que até hoje já rendeu oito títulos em portáteis e consoles, com mais de 137 milhões de unidades vendidas. O novo jogo aposta no carisma de mais de 30 personagens, além de dezenas de pistas antigas e novas, estas inspiradas em cidades como Paris e Tóquio.

A iniciativa de lançar games exclusivos para smartphones era algo inimaginável para a Nintendo até poucos anos atrás. Tendo completado exatamente 130 anos na última segunda-feira, a empresa japonesa sempre foi muito reservada quanto ao uso de suas propriedades intelectuais fora de seus domínios. E em um mercado onde os jogos são o chamariz para a venda de hardware, desenvolver um Mario para celulares podia ser o mesmo que entregar o ouro para a concorrência.

Mas o cenário de games mobile se tornou um fenômeno que é difícil de ignorar. Por ser um aparelho acessível e tão necessário nos dias atuais, nas mãos de praticamente todo mundo, esses jogos têm atraído até pessoas que nunca se imaginariam segurando um controle de videogame.

O primeiro sucesso da casa do Mario nessa área foi o lançamento de Pokémon Go, há pouco mais de três anos. O jogo desenvolvido em parceria com o estúdio Niantic se tornou uma febre desde o lançamento, e ainda hoje é um dos games mais rentáveis no mercado mobile, sempre no topo da lista de mais baixados. Depois, viriam os primeiros jogos produzidos pelos estúdios internos da companhia, como Super Mario Run e Animal Crossing: Pocket Camp.

No mínimo, essas obras já serviriam como uma bela vitrine para os outros games e aparelhos da empresa, área, aliás, onde continua muito bem. Mas a cena de games mobile também tem mostrado que é por si só uma boa oportunidade de negócios. A expectativa é que ela movimente este ano mais de US$ 68 bilhões (R$ 284 bilhões) em todo o mundo, segundo dados do instituto de pesquisas Newzoo. Isso corresponde a 45% de todo o faturamento esperado para o mercado de games em 2019.

Não surpreende, portanto, que o esporte eletrônico também tenha chegado às pequenas telas. Títulos como Arena of Valor, Clash Royale, Fortnite e Free Fire já são fomentados em grandes competições esportivas com premiações milionárias. Alguns bem-sucedidos games para computadores já ganharam versões para celulares, como Fortnite e PUBG. Há ainda relatos não confirmados que o gigante League of Legends também vai ganhar uma versão mobile.

Outra prova da força desse mercado é o lançamento na última semana de planos de assinatura de jogos das duas líderes no mercado de smartphones. Por um preço fixo e mensal, o Apple Arcade e o Google Play Pass permitem aos usuários ter acesso às centenas de jogos nas plataformas iOS e Android, respectivamente.

A Nintendo por enquanto não investe fortemente em esporte eletrônico. É reservada e sofre bastante críticas sobre suas plataformas online. Ainda assim, já contam com experiências como o Pokémon Championship, onde Pokémon Go já é uma das atrações. Ou os campeonatos online de Mario Kart 8 Deluxe, que oferece pequenos prêmios para os vencedores. Por mais atrasados que possam chegar, a alta qualidade atrelada aos games da marca tem todo o potencial de deixar em sobressalto o esporte eletrônico.

EBC

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