O livro “O Apagador de Floresta” será lançado dia 12

O desmatamento da Amazônia e os impactos ambientais estão no foco do conto “O Apagador de Floresta”, primeiro livro de ficção do escritor e jornalista Paulo Roberto Ferreira, autor de “Encurralados na ponte”, lançado ano passado em Belém. A nova obra nasceu de fatos reais e revela um tal de Bellini, personagem desesperado para se livrar do seu instrumento de destruição, a motosserra, após ter eliminado do mapa imensas áreas de florestas em todos os continentes. 

O conto tem o ritmo da reportagem e deriva da experiência do autor, que tem uma trajetória de grandes coberturas jornalísticas sobre os mais diversos problemas da Amazônia – do desmatamento ao conflito agrário que, “a rigor, se entrelaçam; um deriva do outro, numa miríade de fatos muitos conhecidos: grilagem, expulsão de colonos – não raro assassinados, trabalho escravo, massacre de índios, garimpo ilegal. E grandes obras, como barragens hidrelétricas. Tudo com origens conhecidas e graves consequências para o homem e o meio ambiente”, diz Paulo Roberto. 

Bellini incorpora o personagem típico desses cenários de conflitos que se vive na Amazônia desde séculos, agravadas no período do regime militar, quando a Amazônia foi marcada pelos chamados “grandes projetos, que abriram espaço para desmatadores intimamente ligados às autoridades e organismos governamentais, incluindo órgãos de segurança” – acrescenta o autor.  Conforme a narrativa, Bellini, armado com seu “instrumento de destruição”, foi beneficiado pela ausência de legislação ambiental, o que facilitou sua ação demolidora e desagregadora de ecossistemas. 

A história de Bellini é só um pequeno recorte do “cenário de ferro e fogo que fere a Amazônia”. O conto relata também as relações de “negócio” com militares e o recrutamento de trabalhadores pelos “gatos”. Um dossiê também usado como instrumento de pressão e uma misteriosa capa de violoncelo são alguns dos elementos da ficção que trafegam ainda pela Mata Atlântica, berço e laboratório do personagem, países amazônicos e outros dos demais continentes. Trazida para a atualidade, a obra acaba alertando para o momento crítico que o país atravessa no campo do meio ambiente, e que reforça personagens muito parecidos com o “apagador de floresta”.

O livro, ricamente ilustrado com desenhos do artista plástico Paulo Emmanuel, chegará ao público pela editora Paka-Tatu, que promoverá uma sessão de autógrafo às 18 horas do dia 12 de março,

 

Serviço

Sessão de autógrafos: 12/03/20 (quinta-feira)

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