A dependência do jogo: porque é considerada uma verdadeira dependência?

A dependência do jogo é muito semelhante às dependências de substâncias como o álcool, pelo que a abordagem preventiva deve ser também semelhante.

 

Como funciona um cérebro dependente do jogo?

Os jogos de casino comportam um risco, identificado desde muito cedo: a dependência do jogo. Na comparação com outro tipo de dependências, esta questão pode parecer mais difícil de identificar. Ao contrário do consumo excessivo de álcool, por exemplo, a dependência do jogo não deriva do consumo de substâncias externas ao organismo. Mas nem por isso deixa de ser mais verdadeira. Não é por acaso que ao visitar o site de uma marca de jogos de casino responsável e legalizada se encontram os avisos e conselhos relativos a jogo responsável, tal como acontece nos sites de bebidas alcoólicas.

Mas a questão permanece: como funciona o cérebro dependente do jogo? Como é estar dependente do jogo?

Semelhante a uma droga

Apesar de os efeitos serem semelhantes, a ideia de que o jogo poderia criar dependência de forma semelhante ao de uma substância química externa (por “substância química” inclui-se aqui o álcool, na definição científica do termo) foi durante muito tempo controversa. Acreditou-se, por muito tempo, que a dependência do jogo seria um problema do tipo psiquiátrico, em que o paciente procuraria uma forma de combater a ansiedade. Neste sentido, seria uma forma extrema de comportamento obsessivo-compulsivo. A cleptomania (a necessidade esdrúxula de roubar artigos sem valor), a piromania (compulsão de ver fogo) e até a tricotilomania (compulsão para arrancar cabelo) seriam parentes próximos da dependência do jogo.

Atualmente, a comunidade científica tem vindo a concluir, após anos de testes, formulação de hipóteses e observação de resultados, que a dependência do jogo cria reações neuronais semelhantes aos do consumo de droga.  A sensação de prazer momentâneo, continuamente reforçada, leva a descargas crescentes de dopamina, que levam a que o cérebro procure mais e mais prazer. Paralelamente, o cérebro vai sendo cada vez menos capaz de produzir dopamina sem o recurso a este estimulante; logo, cada vez precisa mais do estímulo exterior. Observou-se que o funcionamento do cérebro em indivíduos dependentes de drogas funciona de forma notavelmente semelhante ao dos que dependem de jogo.

A comparação com os videojogos

A comparação com os videojogos torna-se evidente, ainda que socialmente seja quase invisível. Talvez porque os videojogos continuam a ser considerados mera brincadeira de crianças e adolescentes. Todavia, os diversos estudos efetuados ao longo da última década e meia demonstram que o ativo sistema de prazer e recompensa presente nos jogos de casino se verifica também no uso de videojogos. A China foi o primeiro país a reconhecer a dependência de videojogos como um problema de saúde. Embora exista controvérsia quanto às medidas que o país tem vindo a tomar, a comunidade científica internacional tem vindo a reconhecer o problema.

A importância do jogo responsável

Mas será a dependência uma fatalidade para todos os que experimentarem determinada substância ou determinado comportamento? Certamente que não. Nem toda a gente é suscetível da mesma forma, tal como nem toda a gente tem uma envolvente cultural e social que possa ajudar a que se detetem sinais de perigo.

A verdade é que a esmagadora maioria das pessoas que jogam videojogos, jogos de casino ou que consomem álcool nunca vêm a criar dependências. É por isso, de resto, que visões mais

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