Pais de alunos da rede pública não confiam na segurança sanitária das escolas

Em pesquisa do Datafolha, apenas 19% disseram que “confiam muito”

Entre o vai e vem da decisão de retorno das aulas na rede pública em cidades espalhadas pelo país, quase metade (49%) dos pais não confia na capacidade dessas instituições de se adequarem às normas de segurança sanitária para evitar o contágio da Covid-19 no retorno às aulas presenciais. Em contrapartida, apenas 19% disseram que “confiam muito” na capacidade da escola neste quesito e 31% “confiam um pouco”. 

O dado é da “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias” realizada pelo Datafolha e encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures. Foram ouvidos 1.015 pais ou responsáveis de alunos das redes públicas municipais e estaduais do país, com idade entre 6 e 18 anos, no período de 16 de novembro a 2 de dezembro de 2020.

A pesquisa também fez questionamentos sobre o comportamento dos estudantes caso as aulas sejam retomadas. Para 43% dos pais, os alunos não vão cumprir os protocolos de segurança nas escolas públicas. No entanto, sete em cada dez entrevistados (69%) acreditam que se as escolas continuarem fechadas as crianças dos anos iniciais do ensino fundamental terão um atraso em seu processo de alfabetização e prejuízo no aprendizado. 

A situação também não é bem vista pelos pais de estudantes adolescentes. Para 58% a percepção é a de que tenham problemas emocionais nos jovens por causa do isolamento. Cerca de 58% dos pais ou responsáveis acreditam que os alunos do ensino médio correm o risco de desistir dos estudos. Em maio de 2020, 46% dos estudantes se diziam desmotivados. Em novembro, o percentual subiu para 55%.

Retorno na rede particular

Nas escolas particulares, onde o retorno está sendo gradual, a instituição Neo Gênesis Colégio e Curso é uma das que estão preparadas para receber os estudantes com toda a segurança exigida pelos protocolos de prevenção à Covid-19. 

“Estamos seguindo todas as recomendações ditadas pelo governo. Tomamos todos os cuidados para não haver aglomeração, cuidados com a sinalização, disponibilização de álcool em gel, modificamos o bebedouro para facilitar que os alunos bebam água em garrafinhas individuais e vamos fechar algumas áreas da escola”, diz o diretor Phelipe Ferreira.

Segundo a advogada Elaine Pontes, que trabalha no Colégio Carrazzoni, neste ano foi quase que unânime o clamor dos pais e responsáveis pelas aulas presenciais.

Diante do contexto pandêmico, a rede particular de ensino tem se mostrado obediente aos protocolos de segurança para impedir a transmissão da Covid-19, sendo opção para pais ou responsáveis que desejam educação de qualidade e segura para os seus filhos. 

Mesmo com as consequências trazidas pela pandemia, como perdas de empregos ou redução de salários, as bolsas de estudo para escolas têm sido a saída para quem procura o ensino privado, já que o benefício garante descontos nas mensalidades.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

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