Incompetência: usina de oxigênio instalada em Macapá está parada por falta de ajuste na rede elétrica
Maquinário custou R$ 1,2 milhão e foi doado, com a intenção de dar suporte no abastecimento da rede hospitalar pública e privada, em função do agravamento da pandemia.
Por Fabiana Figueiredo e Karina Rodrigues, G1 AP e Rede Amazônica — Macapá
A usina de oxigênio instalada atrás do Centro Covid Santa Inês, em Macapá, exclusiva para internações ou estabilização de pacientes com Covid-19, que chegou a entrar em funcionamento em abril, está parada há cerca de 2 meses. O problema seria a falta de adequação técnica da rede elétrica para fornecer energia para o equipamento.
O maquinário, com capacidade de abastecer 35 cilindros por dia e geração de 30 metros cúbicos de gás por hora, chegou na capital em março, com o objetivo de dar suporte no abastecimento do oxigênio hospitalar na rede pública e privada, em função do agravamento da pandemia.
A previsão era que o equipamento funcionasse 24 horas, abastecendo cilindros e a rede interna de nebulização. A usina tem ainda um sistema de segurança que armazena sobras dos gases em um reservatório. Com isso, caso haja problemas técnicos, o equipamento conseguiria manter o abastecimento por algumas horas.
A usina não estaria funcionando há cerca de 2 meses. A situação foi confirmada pela prefeitura, que alegou já ter solicitado a adequação e ligação da rede elétrica para a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).
“Ela começou a apresentar umas instabilidades elétricas, principalmente por conta da carga elétrica da região. Por esse motivo, tanto para a ação de prevenção de danos ao equipamento e aos equipamentos da rede local, ela teve que ser suspensa até que, de fato, houvesse a conclusão da subestação de energia que iria alimentá-la de forma 100% exclusiva”, declarou Cleverton Siqueira, subsecretário de Assistência em Saúde de Macapá.
Em nota encaminhada à Rede Amazônica, a CEA informou que o oficio da prefeitura pedindo a ligação de energia só foi enviado na sexta-feira (11), e uma nova solicitação foi feita na segunda-feira (14).
A diretoria de engenharia da Companhia analisou o documento e informou à prefeitura que, para que a ligação fosse executada, ainda precisavam ser anexados os seguintes arquivos: assinatura de responsabilidade técnica e memorial descritivo.
A CEA também informou que, em vistoria realizada na tarde de segunda, foi constatado que as instalações da usina estão em desacordo com o projeto que foi apresentado, e que todos estes procedimentos seguem as normas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que seja garantida a segurança das instalações e a funcionalidade do sistema.
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