Na Amazônia, Mato Grosso tem mais de 80% de ocupação em UTIs para pacientes com Covid-19
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium*
MANAUS – Oito Estados e o Distrito Federal registraram uma ocupação acima de 80% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com Covid-19 na segunda-feira, 31, incluindo um Estado em situação de colapso. Mato Grosso, que integra parcialmente a Amazônia, teve 86% de ocupação, segundo O Globo, baseando-se em dados do governos estaduais.
O percentual é similar ao da semana passada, mas houve a abertura de 35 novos leitos ao longo da semana. Na capital mato-grossense, 100% dos 30 leitos para pacientes com Covid-19 da rede municipal estão ocupados.
Além do Mato Grosso, os outros Estados com alta taxa de ocupação de leito de UTI são: Goiás, com 90% de lotação; e Distrito Federal, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Ceará, todos com ocupação acima de 80%.
Mato Grosso do Sul tem ocupação de 103% dos leitos — cenário que acontece quando há mais pacientes internados do que leitos originalmente disponíveis para atendimento de pacientes graves. Mesmo com a abertura de 13 novos leitos de UTI ao longo da última semana, a taxa de ocupação está acima do limite. São 161 pacientes para 156 leitos disponíveis, resultando em uma ocupação de 103%. O mesmo acontece com os leitos pediátricos, cuja taxa está em 120%.
O aumento das internações ainda reflete a piora nos indicadores epidemiológicos do Estado. Nessa terça, 1º, o Estado bateu mais um recorde, ao registrar 4.902 casos de Covid-19 em 24 horas. Com isso, a média móvel subiu para 3.197 casos.
Casos diminuem
Enquanto alguns Estados registram a explosão de internações, outras unidades federativas já têm diminuição de infecções por coronavírus após um período de explosão de casos. No Rio de Janeiro e no Amazonas, as infecções por coronavírus começam a cair, enquanto Acre, Goiás e Rio Grande do Sul mostram certa estabilidade, com altas inferiores a 15% — parâmetro usado em estatísticas internacionais para dimensionar o espalhamento de doenças.
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Na contramão, há oito Estados brasileiros que estão na “crista do tsunami”, com um aumento superior a 100% na comparação entre duas últimas semanas. A maioria deles fica no Nordeste: Maranhão (100,8%), Rio Grande do Norte (107%), Pernambuco (113,1%), Sergipe (140%) e Piauí (140,1%). Há ainda Mato Grosso do Sul (108,5%) no Centro-Oeste, e o Amapá (116,7%) e o Pará (108,3%), no Norte.
O Estado de São Paulo apresentou um aumento de 31,12%, motivado pela disseminação da nova cepa para o interior. A capital paulista, onde foram registrados os primeiros casos de Ômicron do Brasil, no entanto, já está apresentando queda. Na comparação das duas últimas semanas, a redução foi de 31,58%.
*Com informações do O Globo