Dezenas de crianças perdidas em naufrágio no Mar Mediterrâneo, na Grécia

Autoridades detêm nove egípcios suspeitos de ligação com a tragédia no Mediterrâneo. Médico de Kalamata contou ao Correio que 750 pessoas, incluindo de 50 a 100 menores, estavam no barco que afundou na costa do Peloponeso

Manolis Makaris, cardiologista do Hospital Geral de Kalamata, começou a receber várias fotos de desaparecidos no naufrágio de um barco pesqueiro superlotado de migrantes, na quarta-feira, a cerca de 47 milhas náuticas (ou 87km) da costa do Peloponeso, na Grécia. O envio das imagens aconteceu depois que o médico usou o celular para que sobreviventes entrassem em contato com familiares. Em entrevista exclusiva ao Correio, por telefone, ele confirmou que as vítimas de uma das maiores tragédias da história do Mar Mediterrâneo lhe relataram que 750 pessoas estavam na embarcação.

“A comunicação com essas pessoas foi extremamente difícil. Como falam árabe, tivemos que usar o Google Tradutor. Elas me disseram que havia cerca de 750 pessoas no barco. Um paciente relatou-me que 100 crianças estavam nos deques inferiores, outro citou ao menos 50, além de mulheres. Eles não precisaram o número, porque provavelmente não tinham como saber qual era a situação nos outros compartimentos”, disse Makaris.

Até o fechamento desta edição, 78 corpos e 106 migrantes com vida tinham sido retirados do mar. As autoridades da Grécia informaram que nove egípcios foram detidos, suspeitos de tráfico humano. Entre os presos, estão o capitão do barco pesqueiro antigo e superlotado, que virou antes de naufragar. “Não sabemos o que há no porão, (…) mas sabemos que muitos traficantes trancam as pessoas para manter o controle”, declarou Ilias Siakantaris, porta-voz do governo da Grécia, ao canal estatal ERT.

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