Governo do Estado e Instituto Federal realizam expedição para monitoramento de encalhes de mamíferos no litoral do Amapá

Equipes do Instituto de Pesquisas (Iepa) e Instituto Federal do Amapá (Ifap) percorrem praias do estado em busca de animais marinhos encalhados, estejam eles vivos ou mortos.

Por Thaysa Ruane

Uma parceria entre o Governo do Amapá e o Instituto Federal do Amapá (Ifap) realiza expedições de monitoramento de encalhes de mamíferos no litoral do estado. A terceira mobilização do projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos foi realizada na praia de Goiabal, em Calçoene, nesta semana, após a população acionar o “disque-encalhe” pela primeira vez.

O grupo composto por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), professores e acadêmicos do Ifap, percorrem a praia em busca de animais marinhos encalhados, estejam eles vivos ou mortos. Desde o início do projeto, dois botos adultos, com quase 2 metros de comprimento, e um filhote já foram encontrados durante as incursões. 

Claudia Funi, geógrafa e pesquisadora do Iepa, explica que moradores da região auxiliam no resgate do animal, percorrendo cerca de 13 km para buscar e trazer a carcaça do animal encalhado até um local acessível por carro. Além do monitoramento, que acontece a cada 15 dias, a equipe também atende encalhes de animais marinhos, por acionamento em um número de telefone disponibilizado pela população.

“O último foi encontrado e resgatado graças ao apoio dos pescadores que viram o animal e avisaram a equipe de monitoramento. Foi resgate que precisou do auxílio de canoa para atravessar a foz de um rio e chegar até a carcaça. Na segunda-feira, 22, recebemos o primeiro chamado pelo disque-encalhe”, conta a pesquisadora

“Os animais resgatados, mesmo em avançado estágio de decomposição, fornecem material para análise genética e seus ossos passam a integrar a coleção científica do instituto. Os ossos passam por um processo de limpeza, onde contamos com a ajuda de membros da equipe do projeto e também de alunos dos cursos de ciências ambientais, veterinária e biologia que querem aprimorar seu conhecimento com atividades práticas”, ressalta a geógrafa.

“Recebemos um chamado onde estivemos na orla do Perpétuo Socorro, para resgatar um filhote de boto, de aproximadamente 10 meses, que aparentemente foi emalhado por uma rede de pesca e veio a óbito”, reforça o médico veterinário do Ifap, Luiz Sabioni.

A quantidade de encalhes registrado nos últimos anos acendem o alerta para verificação das causas e dos impactos, que podem ser motivados por animais acidentalmente presos nas malhas de pesca, colisão com embarcações, atividades de pesquisas sísmicas, doenças ou por outras causas indeterminadas. 

Disque-encalhe

Para informar sobre algum avistamento, a população pode ligar nos telefones (96) 99206-3344 ou (96) 99116-3712. É importante serem enviadas informações precisas sobre a localização do encalhe e fotos ou vídeos sobre o animal encalhado. 

“Caso a população encontre algum boto, peixe-boi, tartaruga-marinha encalhados vivos em alguma praia do Amapá, nas ilhas dos arquipélagos do Bailique ou Marajó, é importante fazer o contato com a nossa equipe e tentar manter o animal protegido do sol e molhado, enquanto o resgate se desloca para o local”, orienta Sabioni.

Agência Amapá

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