Rede emissora do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar ganha reforço com apoio do CNS
O acesso às políticas públicas pelos povos e comunidades tradicionais ganha impulso com a entrada do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) na rede emissora do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).
“O CAF é um registro de nascimento para um produtor familiar da sociobiodiversidade. É de fundamental importância o CNS está credenciado, articulando e fazendo mutirões de emissões para que as populações tradicionais extrativistas possam acessar as políticas públicas”, explica Ivanildo Brilhante, coordenador do CNS no Pará.
Ele explica que a ação é resultado de uma importante articulação junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). “O fato do Governo Federal reconhecer a nossa ferramenta de luta, que é o CNS, como uma instituição que se voluntaria para a emissão do CAF para enfrentar gargalos na assistência técnica da extensão rural, é importante para mantermos a floresta viva e manejada à serviço da humanidade”, destaca Ivanildo.
O CAF veio para substituir o DAP, a conhecida Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A mudança visa maior transparência e segurança, uma vez que as informações declaradas serão validadas com outras já existentes em outras bases de dados do Governo Federal.
A inscrição no CAF é gratuita e tem validade por dois anos. O CAF concede ao produtor acesso a diversas políticas públicas, como ao próprio Pronaf, a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e ao Seguro da Agricultura Familiar (SEAF).
Podem solicitar o cadastro, agricultores familiares, silvicultores, extrativistas, aquicultores, pescadores artesanais, povos indígenas, comunidades remanescentes de quilombos rurais, empreendedores familiares rurais, formas associativas de organização da agricultura familiar, entre outros.
“O CNS é de extrema relevância para ser um agente voluntário de emissão de CAF. Sabemos que não damos conta das demandas das populações extrativistas, que são enormes, mas podemos ser mais uma ferramenta que esteja podendo beneficiar essas comunidades para que possam viver com dignidade na floresta”, destaca Ivanildo Brilhante