Amazônia

A redução de chuvas já transformou a floresta amazônica?Museu do Jardim Botânico e Museu das Amazônias se unem para responder

Edição especial do Fórum de Biodiversidade no Museu das Amazônias traz o pesquisador Leandro Valle Ferreira, do museu Paraense Emílio Goeldi, que há 20 anos estuda a vegetação amazônica

Rio de Janeiro e Belém, outubro de 2025. Muito se fala de um futuro distópico em que a floresta Amazônica pode deixar de existir ou se transformar em algo diferente do que conhecemos. Mas e se isso já for uma realidade? O Museu do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e o Museu das Amazônias, em Belém – ambos geridos pelo idg – Instituto de Desenvolvimento e Gestão – se unem em sua primeira parceria institucional para trazer esse tema emergente para uma edição especial do Fórum de Biodiversidade, um projeto do Museu carioca a ser realizado em 24 de outubro, às 14h30, no espaço recém-inaugurado na capital paraense.

O encontro terá como tema As reduções da chuva na Amazônia já transformam a floresta em outro tipo de vegetação: resultados de mais de duas décadas do Projeto Seca Floresta”, apresentado por Leandro Valle Ferreira, pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi. Para ele, “É urgente trazer esse debate ao público para que possamos pensar coletivamente em estratégias de mitigação e conservação”. A mesa irá contar ainda com a participação de Marinez Siqueira, diretora da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

O Fórum de Biodiversidade é uma programação regular do Museu do Jardim Botânico, dedicada à apresentação e ao debate de temas centrais para a ciência da biodiversidade. Nesta edição, soma forças ao Museu das Amazônias e ao Museu Paraense Emílio Goeldi para ampliar a troca de saberes entre instituições e públicos da Amazônia e do Rio de Janeiro. O evento gratuito terá exibição presencial na Sala Multiuso do Museu do Jardim Botânico e transmissão ao vivo pelo YouTube.

Como ressalta Daniela Alfonsi, diretora do Museu do Jardim Botânico, “Para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, é motivo de grande satisfação inaugurar esta parceria com o Museu das Amazônias. Trata-se de um passo fundamental para ampliar a cooperação científica e cultural entre diferentes regiões do país, reforçando o papel das instituições na produção e difusão do conhecimento”.

Na mesma direção, a gerente técnica do Museu das Amazônias, Grazielle Giacomo, destacou que o Museu nasce com o compromisso de colocar a floresta no centro das discussões sobre sustentabilidade e futuro. Estrear nossa colaboração com o Museu do Jardim Botânico e o Museu Goeldi em torno de um tema tão decisivo é um sinal da força que queremos dar a essa rede de trocas.

A palestra trará resultados do Projeto Seca Floresta, uma das mais duradouras experiências de exclusão artificial de chuva em florestas tropicais. Desde 2001, a pesquisa avalia os impactos da redução hídrica sobre a Floresta Nacional de Caxiuanã (PA), simulando condições semelhantes às provocadas pelo fenômeno El Niño. Os estudos registraram aumento da mortalidade de árvores de grande porte, redução de até 30% no fluxo de seiva, transpiração e fotossíntese, desaparecimento de espécies dependentes de fungos micorrízicos, alterações micrometeorológicas e colapso de formas biológicas arbustivas.

Os achados indicam que reduções prolongadas de precipitação podem levar a transformações abruptas e irreversíveis da floresta tropical úmida em vegetações mais abertas e secas, com menor biomassa e biodiversidade.

Serviço

Data: 24 de outubro de 2025 (sexta-feira)

Horário: 14h30 – 16h30

Local: Museu das Amazônias (Belém, PA) com transmissão ao vivo pelo YouTube e exibição presencial na Sala Multiuso do Museu do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Público: especialistas, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de interessados no tema

Vagas no MJB: 50, por ordem de chegada


Sobre o Museu do Jardim Botânico

O Museu do Jardim Botânico conta com patrocínio master da Shell Brasil e gestão do idg – Instituto de Desenvolvimento e Gestão. Inaugurado em março de 2024, o espaço apresenta ao público, por meio de exposições, conteúdos interativos e programação cultural para todas as idades, o trabalho pioneiro do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro para o conhecimento e conservação da flora brasileira.


Sobre o Museu das Amazônias
O Museu das Amazônias é resultado de uma ampla rede de colaborações entre o poder público e a iniciativa privada, unidas pelo propósito de valorizar, preservar e projetar o patrimônio cultural, científico e ambiental das Amazônias. Mais do que um museu de ciências e tecnologias amazônicas, o espaço é um símbolo de cooperação e compromisso coletivo com o futuro da região e do planeta.

A iniciativa é do Governo do Estado do Pará, realizada pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará e pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Sua concepção e implementação foram conduzidas pelo idg – Instituto de Desenvolvimento e Gestão, em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi.


Sobre o idg

Há mais de 20 anos, o idg atua na gestão e no desenvolvimento de projetos culturais, ambientais e educacionais, unindo conhecimento, inovação, criatividade e ousadia para dar vida a ideias e contar histórias que provocam reflexões e criam experiências. Guiado pelo propósito de esperançar futuros possíveis, o instituto implementou e gere o Museu do Amanhã e o Museu do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro; o Museu das Favelas e o programa CultSP PRO, em São Paulo; e o Paço do Frevo, no Recife. Além disso, é responsável pela gestão operacional do Fundo da Mata Atlântica, no Rio de Janeiro, e realizou recentemente a concepção e implementação do Museu das Amazônias, em Belém.

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