Aprovada lei que reserva 20% das vagas em concursos públicos para negros no Amapá
O plenário da Assembleia Legislativa do Amapá aprovou nesta terça-feira (10) o projeto de lei nº 067/14 – AL, de autoria da deputada estadual Cristina Almeida (PSB/AP), que dispõe sobre a reserva aos negros de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e de empregos públicos, no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Durante a votação, a propositura teve apoio dos 22 parlamentares presentes na sessão, que se pronunciaram a favor da matéria, acompanhando o relator, deputado Fabrício Furlan (PSOL/AP).
De acordo com o projeto, será considerado negro ou pardo aquele que assim se declarar, no momento da inscrição, conforme o quesito de cor ou raça usado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso, se detectada a falsidade na declaração, o infrator pode ter a demissão imediata se porventura já estiver nomeado em cargo efetivo, e ainda na condição de candidato, terá sua inscrição anulada.
Durante a discussão da matéria, Cristina Almeida enfatizou a importância da aprovação para reduzir as desigualdades raciais que ainda existem no ingresso ao serviço público. “Segundo dados do último censo, feito em 2010, 74% da população amapaense se autodeclara como negra ou parda, mas quando comparado ao percentual entre os funcionários públicos, fica em aproximadamente apenas 30%. Portanto este projeto se trata de um mecanismo de ações afirmativas reparatórias com medidas especiais voltadas à população negra, que após 127 anos da Lei Áurea ainda são discriminados”, afirmou Cristina.
A referida Lei terá a vigência de 10 (dez) anos, quando deverá passar pelos Poderes à avaliação de seus respectivos resultados. O texto segue agora para a sanção do Executivo Estadual.