Comércio de peles na Amazônia diminuiu em função da queda na demanda

Nas últimas sete décadas estima-se que 23 milhões de animais silvestres foram mortos para comércio, conclui pesquisa do biólogo André Antunes

O Ambiente é o Meio desta semana fala sobre caça de animais silvestres com o biólogo André Antunes, formado pela Unesp, que trabalha com o manejo de fauna e pesca na Amazônia.

Ele fala da sua pesquisa sobre o comércio de peles, e a conclusão de que, durante 70 anos, 23 milhões de animais silvestres foram mortos para o consumo nas regiões do Acre, Amazonas e Rondônia. “Não estamos considerando animais contrabandeados ou aqueles feridos sem pele extraída”, conta.

Ariranha, peixe-boi e jacaré-açu são espécies que foram muito impactadas e um dos motivos é a taxa de reprodutividade, mas entra aí, também, a vulnerabilidade e o fato de viverem em ambiente aquático.

O pesquisador conta que, mesmo com a proibição, esse comércio teve continuidade por cerca de 20 anos. “Quando era legal tinha monitoramento da atividade”, revela, mas quando se tornou ilegal “deixou de ter monitoramento”, ou seja, de mostrar os dados. Para ele, o que fez diminuir a compra e venda de peles foi a demanda.

O estudo de Antunes mostra, também, que cada região tem suas particularidades quanto ao impacto e que muitas perdem as funções ecológicas. Entre os impactos está o declínio da quantidade de espécies em determinado local, como os veados, que são importantes porque podem se alimentar de frutas e levar as sementes para outras áreas. “Dessa forma, a fauna e flora estão intimamente ligadas”, alerta.

Por: Giovanna Grepi

Jornal da USP

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