Três americanos conquistam Nobel de Física por detectar ondas gravitacionais
O Prêmio Nobel de Física 2017 foi entregue nesta terça-feira (3) para três cientistas americanos que contribuíram para a detecção das ondas gravitacionais, em um projeto realizado em 2015 e que foi anunciado em fevereiro do ano passado. Os vencedores Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne fazem estudos e trabalhos com a Ligo (“Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro a Laser”, na sigla em inglês).
A escolha dos premiados é realizada pela Academia Real Sueca de Ciências, selecionada por Alfred Nobel em seu testamento para conceder um prêmio aos que contribuíssem de maneira notável com feitos para a humanidade. O trabalho dos norte-americanos estava entre os quase 400 nomes que disputaram a premiação. Como vencedores, eles dividirão o prêmio de 9 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de R$ 3,5 milhões.
As ondas estudadas pelos três cientistas foram previstas há cem anos por Albert Einsten e basicamente funcionam como oscilações da superfície de um lago quando atirada uma pedra na água. Essas ondas gravitacionais se propagam apenas em condições específicas, ainda que os corpos deformem o espaço e o tempo em que eles estão inseridos. Um exemplo utilizado pelos vencedores do Nobel foi a colisão de dois buracos negros ocorrida há 1,3 bilhão de anos. A massa de cada um era cerca de 30 vezes maior do que o Sol.
O trabalho de Weiss, Barish e Thorne contribuiu para a comprovação da última das grandes predições da Teoria da Relatividade Geral. Utilizando o detector Ligo, produzido no início dos anos 90, os cientistas conseguiram medir as oscilações oriundas das ondas gravitacionais de um décimo de milésimo do diâmetro de um próton, invisível ao mais potente microscópio.
Apesar de já serem declarados vencedores, Weiss, Barish e Thorne serão premiados somente em dezembro, quando acontece a cerimônia do Nobel. Entre os cientistas que já levaram o prêmio Nobel de Física estão, Albert Einstein (1921), Niels Bohr (1922) e Paul Dirac e Erwin Schrödinger (1933). O brasileiro que mais chegou próximo de receber o prêmio foi César Lattes, que participou de forma decisiva na detecção do méson pi, que mantém prótons e nêutrons unidos no núcleo dos átomos. Lattes foi indicado sete vezes ao prêmio.
Fonte: Bloomberg
Via Canaltech