Estudo aponta impacto das estradas irregulares nos igarapés da Amazônia

Construções ameaçam a biodiversidade dos pequenos cursos de água

O Tarde Nacional – Amazônia falou sobre a relação entre as estradas irregulares e a ameaça à biodiversidade dos igarapés da Amazônia. A entrevistada foi a bióloga do Museu Paraense Emílio Goeldi e integrante da Rede Amazônia Sustentável (RAS), Cecília Gontijo Leal.

A bióloga explicou que normalmente essas estradas de terra são feitas sem planejamento e muitas vezes “atropelam” os igarapés com pontes mal construídas e manilhas menores do que deveriam. Essas construções precárias acabam por afinar e desnivelar os cursos de água, impedindo a passagem dos peixes, causando assoreamento, erosão e até interrupção do fluxo de água.

Cecília falou da importância ecológica, econômica e cultural dos igarapés e lembrou que o fluxo de água é fundamental para o bom funcionamento deles. “Os igarapés representam cerca de 80% a 90% de toda a extensão dos cursos de água da Bacia Amazônica, que é a maior do mundo. Ela é simplesmente responsável por um quinto de toda a água doce que chega nos oceanos. A preservação dos igarapés é fundamental para a toda Bacia”. Ela ressaltou também que os igarapés abrigam grande parte da biodiversidade amazônica e várias espécies raras de peixes, muitas ainda não catalogadas pelos pesquisadores.

Tarde Nacional

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