Exposição mostra talento desconhecido da Princesa Isabel

Alana Gandra

A primeira edição da exposição Sua Majestade | Arte, que será inaugurada hoje (20) em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, revela ao público um lado até então desconhecido da Princesa Isabel, filha do Imperador D. Pedro II: o de artista plástica.

O idealizador e curador da mostra, Marzio Fiorini, disse que tomou conhecimento dessa faceta da princesa em conversa com D. Pedro Carlos de Orleans e Bragança, chefe do ramo de Petrópolis da família imperial brasileira. Levado por D. Pedro Carlos, Fiorini teve acesso ao acervo da família no Museu Imperial e no Museu Grão Pará.

“Ela (a Princesa Isabel) desenhava muito bem e pintava aquarela muito bem”, disse o curador. Para a exposição, ele escolheu obras da fase adolescente da princesa. Fiorini revelou que depois que se casou com o Conde D’Eu, Isabel teve aulas com um dos grandes pintores da época, Victor Meirelles. “Ela adorava a fauna, a flora. Tem flores incríveis”.

Do acervo da princesa, serão expostos dois desenhos e duas aquarelas, alguns álbuns com estudos e fotos inéditas da família imperial. Às obras da princesa se somarão pinturas e esculturas de artistas contemporâneos como Luiz Áquila, Ana Luiza Rego, Marcelo Lago, usi Cantarino, Marzio Fiorini, Alvaro Ras, Ana Durães, Isabela Francisco, Bob Cardim, Fabi Cunha, Fred Góes, Graça Góes, Ivo Ferreira, Maria Pia Garcez, Patricia Salamonde, Rafael José Dutra e Valéria Barros, entre outros. “A curadoria é democrática, tem artistas conhecidos, iniciantes, do Brasil e do exterior, uma mistura eclética. Petrópolis é o cenário ideal com toda sua bagagem histórica”, disse Marzio.

Curiosidade
Marzio Fiorini acredita que a exposição despertará a curiosidade do público, porque pouca gente sabia desse talento da princesa. “Eu, como petropolitano, nascido e criado aqui, não sabia dessa vertente dela e fico surpreso e contente de ter descoberto isso a tempo”. O curador teve todo o apoio da família imperial.

Fiorini considera que a exposição representa a valorização da história nacional, mas não tem nada de saudosismo. “É o reconhecimento de uma era de elegância, de cultura, de educação. Isso pode se refletir em todas as áreas artísticas, misturando com obras contemporâneas”. Fiorini acentuou que é bom as pessoas saberem que o que existiu ontem pode estar conectado hoje, “como uma releitura da nossa história”.

A exposição é realizada na Casa da Princesa Isabel, localizada na Avenida Koeller, 42, no centro histórico de Petrópolis. Ela ficará aberta ao público nos dias 23 e 24 deste mês.

EBC

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