Corte Especial do STJ condena governador do Amapá a 6 anos e 9 meses de prisão
Tribunal também decidiu pela perda do cargo, mas Waldez Góes pode continuar na função até fim dos recursos. Defesa diz que não houve crime e que vai recorrer da decisão.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou nesta quarta-feira (6), por oito votos a dois, o governador do Amapá, Waldez Goés, (PDT) pelo crime de peculato (desvio de recursos).
A pena imposta foi de seis anos e nove meses de prisão no regime semiaberto (no qual é possível deixar o presídio durante o dia) e multa de R$ 6,3 milhões.
Góes ainda pode recorrer ao próprio STJ e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, a defesa diz que “Waldez reitera sua inocência e a consciência tranquila haja vista que não houve prática de desvio de recursos públicos”, justificando que, “não ocorreu desvio do erário para terceiros ou fins pessoais, mas sim o pagamento de despesas outras do Estado”.
A Corte Especial, formada pelos ministros com mais tempo de atuação no STJ, determinaram ainda a perda do cargo de governador. A decisão, no entanto, não terá efeito imediato – ele pode continuar no cargo até o trânsito em julgado, quando não houver mais possibilidades de recurso.
O STJ entendeu que havia provas de que Waldez Góes atuou, com a ajuda de secretários do estado, em desconto de salário de funcionários públicos do Amapá para empréstimos consignados sem repassar os valores aos bancos.
O fato ocorreu em mandato anterior, mas agora ele foi eleito para um novo mandato e, por isso, o STJ decidiu julgar o caso.
No processo, a defesa do governador negou o cometimento de qualquer tipo de desvio. Alguns ministros concordaram com o argumento de que o estado usou os valores para saldar dívidas do estado e que não havia provas de que o dinheiro ficou com o político.
Mas a maioria da Corte considerou que o Estado não poderia usar valores de servidores e que isso representou o desvio de valores.
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