O poder da dança no equilíbrio e bem-estar
Em meio à pandemia, escolas adaptam suas aulas para o modelo remoto e se juntam para proporcionar novas experiências aos alunos
Jéssica Mayara
“A música e os próprios movimentos são aspectos capazes de deixar a dança viva, mesmo através de uma tela. A dança estreita laços, propiciando o contato, que faz tanta falta neste momento. É impressionante o poder que ela tem”, afirma Tatiana Aparecida Figueiredo Camargos, professora de balé clássico e diretora do Núcleo de dança Tatiana Figueiredo, localizado em Belo Horizonte.
As companhias de dança interromperam as aulas na esperança de que a pandemia tivesse fim e tudo voltasse a funcionar normalmente. No entanto, isso não aconteceu, e o tempo de paralisação despertou em Jane Valeria de Faria Barbosa, de 52 anos, a saudade de dançar.
“A dança é a minha vida, e sinto muita falta quando não pratico. Nem sei o que farei quando precisar parar, pois não consigo me ver e/ou me imaginar sem a dança. Terei que encontrar algo para me preencher. E esses dias sem aula foram de muita saudade, pois a dança é parte de mim”, conta.
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Para atender pessoas como Jane Valéria, as escolas resolveram retomar as atividades adaptando as aulas ao modelo on-line. Isso porque, segundo Jane Paulino, diretora da Expressar, em Sete Lagoas, apesar das “perdas imensuráveis” com a pandemia, a necessidade de passar mais tempo em casa não precisa, necessariamente, tornar-se uma experiência total de isolamento.
“Não tenho a menor dúvida de que a aula on-line é um grande remédio para todos nós neste momento. Não só por manter uma atividade física, mas, principalmente, por percebermos que estamos juntos com colegas que são tão essenciais em nossos encontros presenciais. Ao mesmo tempo, entendemos que a nossa vida não está de toda interrompida e que não precisamos nos sentir completamente perdidos”, afirma Jane Paulino.
Os benefícios da prática podem ser inúmeros. A dança trabalha todo o corpo, promovendo mais saúde física e mental. Os sinais positivos dessa prática, segundo a diretora da Expressar, são um corpo mais bem-disposto e mais controlado, também, emocionalmente, a partir da liberação de endorfina.
A aluna de balé Brenda Dourado Prestes, de 14, conta que é justamente assim que a dança tem lhe ajudado durante o confinamento: emocionalmente. “A dança me ajuda a expressar tudo o que estou sentindo. Tem dias que acordo triste, e quando começo a aula, essa tristeza vai embora em forma de movimento. Diante de todas as notícias ruins, é difícil ficar sempre feliz, mas quando termino a aula, sinto que estou flutuando.”
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