Ato em Macapá “Do Luto à Luta” pede justiça por vítimas de feminicídio

Nenhuma a menos. Justiça por todas as mulheres


Foram dois feminicídios em menos de um mês no Amapá. Motivadas pelo luto e pela
necessidade de lutar, um coletivo horizontal de mulheres ativistas se organizou por
redes sociais em torno de uma agenda de ações de combate à violência contra a
mulher, envolvendo colagens de cartazes, lives, debates. E no dia 7 de agosto, dia em
que a Lei Maria da Penha completa 14 anos, reuniram-se no ato DO LUTO À LUTA,
um manifestação performativa e simbólica para lembrar das vidas apagadas pelo
machismo, protestar por justiça e exigir políticas públicas de enfrentamento à
violência de gênero.

Vestidas de preto, mascaradas contra o covid e também contra as
políticas genocidas, misóginas e fascistas do atual governo, essas mulheres fecharam
a Rodovia que liga Macapá a Santana, nas imediações da ponte do Igarapé da
Fortaleza, às 8h dessa manhã. Com faixas contendo o trânsito, ocuparam a pista com
um derramamento simbólico de sangue, para que não esqueçamos da brutalidade que
caracteriza todo e qualquer femincídio – Kátia Silva foi morta com um tiro no peito e
Raiane Miranda foi esfaqueada, ambas vítimas de seus ex-companheiros assassinos.

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Foto: Fany Magalhães

Invocando os nomes de Kátia, de Raiane, de Joseane, de Emily, de Niely e de
Marielle Franco, todas vítimas do patriarcado e da misoginia, transmutaram a dor em
esperança, o luto em luta. De punhos erguidos, exigiram justiça, políticas públicas e o
fim do silêncio, que nos oprime e nos mata. O movimento é formado por mulheres de
diversas frentes, são todas trabalhadoras, estudantes e militantes, são mulheres
negras, trans, amazônidas e que seguirão ativas em uma agenda de lutas, pois para
uma mulher que não se cala, a luta contra o machismo e a violência de gênero é
cotidiana e permanente.

Foto de capa: Rayane Penha

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