Câncer de mama: homens devem fazer mamografia a cada dois anos

Quando se fala em câncer de mama é comum pensarmos logo na figura feminina. Porém, 1% dos casos, no Brasil, ocorrem em homens. Devido a essa baixa incidência, não há programas de rastreio da doença no público masculino. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que os homens façam mamografias a cada dois anos entre 50 e 69 anos de idade.

O médico mastologista Marcelo Bello, que é diretor da unidade especializada em câncer de mama do Instituto Nacional do Câncer (INCA), explica que não se deve ter medo de fazer o exame.

“Câncer de mama não é uma sentença de morte. Câncer de mama tem muito tratamento. Os tratamentos extremamente eficazes e o ideal é você diagnosticar precocemente. Então, não pode ter medo de fazer o diagnóstico de câncer de mama. Encontrou alguma coisa na sua mama, procure logo esse serviço médico, serviço de saúde”, disse.

Há seis anos, o carreteiro aposentado Paracelso Alves Junior se sentiu incomodado com uma pequena inflamação próxima ao mamilo. Procurou uma médica da família que o encaminhou a um mastologista. Paracelso conta a dificuldade que enfrentou para conseguir a consulta.

“Demorou nove meses para conseguir a consulta com mastologista devido ao desconhecimento do próprio pessoal da Saúde sobre o câncer de mama masculino. Porque as atendentes arquivaram, então aí o pedido da médica achando que a médica era maluca”, declarou.

Cinco dias após a consulta, Paracelso foi operado. Desde então, já passou por sessões de quimioterapia, radioterapia e, ainda hoje, realiza sessões de hormonioterapia. Ele apela para que a população se conscientize de que o problema também afeta os homens.

“Se eu tivesse conhecimento que homem poderia ser cometido sobre o câncer de mama, eu não teria perdido a minha mama, não teria perdido boa parte da musculatura do meu braço, não teria sido aposentado por invalidez. Tudo isso por falta de conhecimento”, afirmou.

O diretor do INCA, Marcelo Bello, afirma que o câncer de mama masculino geralmente está ligado a fatores genéticos, por isso sempre que se detecta a doença em um homem, deve-se analisar toda a família. Segundo ele, a falta de atividades físicas e de uma alimentação saudável, além do consumo excessivo de bebidas alcoólicas estão entre os fatores que potencializam o risco de desenvolver a doença.

* Com supervisão de Nádia Faggiani.

EBC

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