COP26: FAS reúne especialistas e lideranças em debate sobre economia de baixo carbono e desenvolvimento sustentável na Amazônia

Com o objetivo de debater perspectivas e soluções para a redução da emissão de gases por desmatamento e degradação florestal na região amazônica, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e a Força Tarefa de Governadores para o Clima e Florestas (GCF) promoveu, na última quinta-feira (11), o painel “Uma nova oportunidade para o REDD+ na Amazônia: caminhos para canalizar recursos para o desenvolvimento sustentável”. O evento aconteceu em paralelo à COP26, a Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia.

O painel reuniu especialistas nacionais e internacionais, representantes de empresas privadas, ambientalistas e lideranças indígenas.  A inserção de iniciativas de REDD+ na Amazônia, sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, foi discutida como uma oportunidade promissora para canalizar recursos, combater o desmatamento e fomentar o desenvolvimento de uma economia verde de base florestal no bioma.

O REDD+ é um mecanismo que define como uma região em desenvolvimento reduzirá suas emissões oriundas de desmatamento e degradação, com apoio financeiro, técnico e tecnológico, adequado e previsível.

Entre os participantes do evento, estava o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM). De acordo com o parlamentar, a economia de baixo carbono e o combate ao desmatamento não são mais as escolhas do Brasil. “São imposições ambientais, climáticas e econômicas”, completou. Além disso, o deputado também falou sobre o Projeto de Lei 528/2021, que cria mecanismos de crédito a partir de ativos florestais e que teve votação negada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Para Ramos, “a medida atrasa a inserção do Brasil nesse mercado, dificulta nossa inclusão em acordos internacionais e nos retira um potencial econômico enorme para a geração de riqueza e combate à pobreza, principalmente para comunidades tradicionais da Amazônia”.

Virgilio Viana, superintendente-geral da FAS e moderador do evento, destacou que há uma série de iniciativas promissoras e que a Amazônia não é apenas parte da equação climática em termos de mitigação, mas também de adaptação. “Temos que pensar no REDD+. Esse não é só um mecanismo para financiamento ou um controle de monitoramento, mas também um mecanismo para aumentar a resiliência, para uma adaptação às mudanças climáticas, porque isso já está acontecendo”, destacou ao relembrar que, neste ano, a Amazônia foi assolada pela enchente mais severa de todos os tempos e que eventos extremos têm se tornado mais frequentes.

Além de Marcelo Ramos e Virgilio Viana, também estavam presentes a Gerente Técnica da Way Carbon, Laura Albuquerque, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida e o co-fundador e CEO da Biofílica, Plínio Ribeiro.O evento representou uma das ações da FAS sobre a realidade amazônica e a importância do combate às mudanças climáticas, durante a COP26, que se encerra nesta sexta-feira (12), após duas semanas de intensos debates. As discussões do webinar (em inglês) podem ser acessadas na íntegra pelo YouTube.

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