Amazonas volta a ter a maior taxa de transmissão do coronavírus do Brasil
Ana Carolina Barbosa – Da Revista Cenarium
MANAUS – A exemplo do que ocorreu em janeiro de 2021, época em que o Amazonas amargou o colapso da rede de saúde e a escassez de oxigênio medicinal em unidades públicas e particulares, o Estado voltou, esta semana, a figurar como a unidade federativa com a maior taxa de contaminação (Taxa Rt) pelo coronavírus, que chegou, nessa terça-feira, 25, a 2,06. O dado é da plataforma Loft Science. O aumento, no comparativo com a taxa registrada há um mês no Estado, de 0.99, foi de 108,08%.
Em comparação com a taxa Rt no Brasil, que, no último dia 25, era de 1.69, o acréscimo é de 21,89%. A plataforma, que produz uma estimativa de Rt para cada um dos Estados brasileiros, com um intervalo crível de 90% de probabilidade, também aponta que, à exceção do Amazonas, nenhum Estado brasileiro tem taxa Rt acima de 1.99, a qual foi registrada pelo Ceará, segunda unidade com a maior média de transmissão. O Rio de Janeiro ficou em terceiro lugar, com 1,92. A menor taxa é a do Pará, com 1,09.
O aumento da transmissão teve início, conforme a plataforma, no final de dezembro, quando a taxa Rt já passada de 1,09. Também foi o mês em que a Fiocruz Amazônia detectou, por meio de sequenciamento genético, os primeiros casos da variante Ômicron no Estado. Informações da Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada ao Governo do Amazonas, mostram que a média diária de casos no Estado era de pouco mais de 100. Há cinco dias, o Estado registrou 8 mil casos de Covid-19, maior número do mês, elevando a curva de contaminação.
O aumento se deu a partir da disseminação descontrolada do vírus, mas também por conta do aumento da testagem na capital, que antes estava restrita a unidades de saúde e laboratórios privados, além de farmácias. Dois pontos foram abertos para receber o público, sendo um deles no Centro de Convenção Vasco Vasques, no Dom Pedro, zona Centro-Oeste de Manaus, e outro no Studio 5 Centro de Convenções, na avenida Rodrigo Otávio, Distrito Industrial, zona Sul.
O número de mortes pela Covid-19 também foi impactado pela explosão de casos. Anteriormente, a média ficava entre um e dois óbitos, considerando os registrados em cada data e os inseridos após investigação. O último número divulgado pela FVS, também no dia 25, foi de nove mortes, sendo sete em 24 horas e três definidas por critério de investigação, número quatro vezes maior que o habitual.
O Boletim Epidemiológico da FVS-RCP mostra que 13.902 morreram no Amazonas vítimas da Covid-19, desde o início da pandemia. O total de casos chega a 502.862.