Sargento que matou vizinho negro vai a júri popular

O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, de 41 anos, que matou a tiros o vizinho negro Durval Teófilo Filho, de 38 anos, alegando que o confundiu com um assaltante, vai ser julgado por um júri popular.

A solicitação para que o processo seja conduzido pela 4ª Vara Criminal foi feita pelo Ministério Público do Estado, e aceita pelo juízo da 5ª Vara Criminal de São Gonçalo. A juíza Ariadne Villela Lopes, escreveu no despacho que a conduta do indiciado se enquadra melhor na tipificação de crime doloso contra a vida, quando há a intenção.

No Tribunal do Júri, o caso é decidido por cidadãos previamente alistados e sob juramento. Apenas crimes dolosos contra a vida podem ser julgados dessa forma.

O crime ocorreu na noite da quarta-feira, 2 de fevereiro, quando a vítima chegava em sua residência e procurava a chave de casa na mochila. O militar, que estava dentro do carro, atirou três vezes. Ele alegou que o trabalhador se aproximava rapidamente e acreditou se tratar de um assaltante. Aurélio chegou a socorrer Durval e levá-lo ao Hospital Estadual Alberto Torres, mas a vítima não resistiu. O militar recebeu voz de prisão na unidade de saúde.

Na Delegacia de Homicídios de São Gonçalo, o sargento foi indiciado pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas, dois dias depois, a pedido do Ministério Público do estado, a juíza Ariadne Villela Lopes, da 5ª Vara Criminal de São Gonçalo, alterou a acusação feita pela Polícia Civil e o enquadrou no crime de homicídio doloso, quando existe a intenção. Aurélio está preso em uma unidade militar.

As imagens do crime foram registradas pelas câmeras do sistema de segurança do condomínio onde eles moravam em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Edição: Ana Lúcia Caldas/Edgard Matsuki

ebc

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