Ex-deputado Isaac Alcolumbre é indiciado pela PF por tráfico de drogas e associação criminosa

Operação Vikare descobriu que aeródromo de propriedade do empresário oferecia apoio logístico para aviões que transportavam drogas. Inquérito foi concluído em dezembro. G1 tenta contato com a defesa dele

O ex-deputado estadual pelo Amapá Isaac Alcolumbre foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico e organização criminosa. As acusações são com base nas provas coletadas na operação Vikare, deflagrada 20 de outubro de 2021, onde o político foi preso e solto seis dias depois.

O indiciado é dono de um aeródromo na Zona Rural de Macapá que era usado, de acordo com a investigação da PF, como base operacional de aeronaves que transportavam drogas vindas de países como Colômbia e Venezuela e usavam o Amapá como ponto de distribuição para outros estados do país.

O ex-deputado é apontado como responsável por ofertar apoio logístico às aeronaves, inclusive com combustível e manutenção.

Operação Vikare - PF cumpriu mandados no aeródromo de propriedade de Isaac Alcolumbre' — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Operação Vikare – PF cumpriu mandados no aeródromo de propriedade de Isaac Alcolumbre’ — Foto: Polícia Federal/Divulgação

g1 tenta contato com a defesa de Isaac. Em nota à imprensa, na época da prisão, o ex-deputado negou as acusações de tráfico de drogas completando que “não está envolvido em nada”. Detalhou ainda que comunicou “por vezes” à polícia sobre suspeitas.

Porém, registros feitos pela PF e detalhados no inquérito apontam que durante umas diligências, Isaac recebeu pessoalmente três traficantes no aeródromo e os transportou até a capital Macapá.

Os três são apontados como os cabeças do grupo criminoso e atuavam no transporte das drogas, desde a vinda de outros países, até a distribuição para todo o Brasil.

Para conclusão do inquérito, a PF analisou documentos, conversas telefônicas e ouviu presos, definindo Isaac Alcolumbre “desempenhou importante função na empreitada criminosa”.

Operação Vikare - quantia em dinheiro apreendida pela PF — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Operação Vikare – quantia em dinheiro apreendida pela PF — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Como começou a investigação

O fato que motivou toda a operação aconteceu após a descoberta de destroços de um avião em maio de 2020 numa área isolada do município de Calçoene, no extremo norte do Amapá.

A PF monitorava movimentações suspeitas de aeronaves quando encontrou os destroços. A investigação apontou que o veículo foi incendiado de propósito para esconder a prática.

No local onde o avião foi achado, outros indícios do tráfico de drogas foram percebidos, como uma vala destinada ao armazenamento de entorpecentes

Daí então, foi descoberta uma cadeia de ocorrências que levou à identificação dos envolvidos, entre eles, o fato de que outra aeronave pousou em Calçoene para transportar os tripulantes e carga do avião incendiado.

Esta segunda aeronave teria sido vendida, em novembro de 2020 para uma pessoa presa no Pará com 450 quilos de skank, espécie de maconha com maior concentração de substâncias psicoativas.

O avião partiu do mesmo aeródromo em Macapá alvo das investigações. Além de oferecer o apoio logístico, a pista de pouso contava ainda com um sofisticado “serviço” de manutenção com fornecimento de mecânicos, pilotos e operadores financeiros.

“O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias, como retirada de bancos, fornecimento de combustível em carotes, o que é proibido, e assim trazer a maior quantidade de drogas possível”, informou a Polícia Federal.

Do G1 Amapá

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