Festejos para a Imaculada Conceição no quilombo do Curiáú completa 78 anos de realização

Festejos para a Imaculada Conceição no quilombo do Curiáú completa 78 anos de realização

No quilombo do Curiaú, há 78 anos, Nossa Senhora da Conceição e homenageada com novena, missa, baile, batuque almoço e recreação para as crianças, em uma programação organizada pela família de Joaquina e Joaquim Ramos, o conhecido quilombola Gorgia. Inicia nesta quinta-feira com a primeira novena, e segue até 10 de dezembro, com o baile. O dia dedicado à santa, 8 de dezembro, é o mais aguardado pelos devotos, que se deslocam de todo o estado para a festividade.

Os festejos foram iniciados pelo casal Joaquim e Joaquina, já falecidos. A matriarca festejava o aniversário dia 8 e faziam também a devoção à Imaculada, com a família e vizinhos, na maloca no terreiro, coberta com palha, e servia-se peixe cozido para agradecer a fartura do alimento. A festa foi crescendo, o número de promesseiros aumentando, e os oito filhos do casal assumiram o compromisso com a santa e a comunidade.

O pequeno espaço onde a programação era realizada hoje é uma sede social, onde são servidas as refeições aos participantes e realizados o batuque, missa e baile. Tem programação para todos, inclusive para as crianças, que aprendem desde cedo a respeitar e ter fé em Nossa Senhora da Conceição. O calendário religioso inicia com a novena, de 1° de dezembro até 7, e cada filho é responsável por um destes dias, com a ajuda de netos, bisnetos e demais familiares.

No dia 8, quando católicos de todo o Brasil rendem homenagem à Imaculada Conceição, a programação começa às 8h, com a Santa Missa, que neste ano será rezada pelo Bispo Dom Pedro Conti, seguida da procissão, às 9h, café da manhã, almoço, recreação infantil e baile. No dia 9 a festa continua com o almoço, jantar e o tradicional batuque. O encerramento é no dia 10 de dezembro, com o baile dançante.

Os festejos seguem os rituais antigos, como as refeições, que ainda são preparadas e servidas pela família e amigos, entre risadas e histórias de antigamente, que começa com o abate dos animais, corte das verduras e legumes, preparação do fogo no chão, e cozimento nas fogueiras do quintal ou na cozinha. Os primeiros a serem servidos são os idosos e músicos da roda de batuque, e durante a missa, todas as atenções são voltadas para a santa.

“Mantemos a tradição de família, recebemos amigos, devotos e a comunidade com muito amor e respeito, mesmos sentimentos que queremos de todos que vierem participar. Passamos a pandemia sem realizar nossa festa, mas desde 2021 voltamos e estamos organizando a programação para que todos se sintam bem, os devotos paguem suas promessas e todos se divirtam”, disse a professora Raimunda Ramos.

Marileia Maciel

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