Cometa cruzará céu da Terra pela primeira vez após 50 mil anos; saiba como acompanhar
Melhor período de observação será o fim de semana de 21 e 22 de janeiro e a semana seguinte; objeto espacial pode ser visto à noite com um bom par de óculos ou mesmo a olho nu
Pela primeira vez após 50 mil anos um cometa vai cruzar o céu da Terra. O “C/2022 E3 (ZTF)” foi descoberto em março de 2022 pelo programa “Zwicky Transient Facility” (ZTF), que opera o telescópio Samuel-Oschin no Observatório Palomar, na Califórnia. A última vez que o objeto visitou o interior do sistema solar e passou perto da Terra há 50 mil anos. Ele foi detectado novamente no caminho da órbita de Júpiter e passará esta semana perto do Sol. O pequeno corpo rochoso e gelado tem o diâmetro de apenas um quilômetro. Os astrônomos, que calcularam sua trajetória após meses de observação, apontaram que ele atingirá seu periélio – o ponto mais próximo ao Sol – no dia 12 de janeiro. O melhor período de observação será o fim de semana de 21 e 22 de janeiro e a semana seguinte. Durante esse período ele passará entre as constelações da Ursa Menor e da Ursa Maior. Mais tarde, poderá ser visto no Hemisfério Sul para então partir para os limites do sistema solar, onde provavelmente nasceu.
O objeto espacial pode ser visto à noite com um bom par de óculos ou mesmo a olho nu, desde que o céu esteja claro, não haja poluição luminosa e o brilho da Lua não incomode. O que nós poderemos ver no céu é a longa causa brilhate do cometa. Isso acontece porque ele se aproxima do Sol, o gelo em seu núcleo passa para o estado gasoso e libera uma longa cauda que reflete a luz do astro-rei. Esse brilhante fenômeno é o que será visto da Terra, inicialmente no hemisfério norte, à medida que “C/2022 E3 (ZTF)” se aproxima. O cometa brilhará em todo o seu esplendor “quando estiver mais próximo da Terra”, explica o professor de física do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Thomas Prince, que trabalha para a ZTF. Entretanto, será menos espetacular que o cometa Hale-Bopp (1997) ou Neowise (2020), que foram muito maiores. “Talvez tenhamos sorte e seja duas vezes mais brilhante do que o esperado”, arrisca o astrofísico do Observatório de Paris-PSL, Nicolas Biver.
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