Governo do Amapá e Agência Nacional de Águas capacitam agentes para integrar o estado no mapa de monitoramento de secas do país

O treinamento vai permitir o levantamento de dados locais que vão ajudar na prevenção e tomada de decisões em situações de crise.

Por: Winicius Tavares

O Governo do Estado e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) realizaram esta semana a etapa de capacitação de agentes públicos estaduais e municipais no programa federal Monitor de Secas, que vai permitir, de forma inédita, a construção do mapa de secas do Amapá através do levantamento de dados locais.  

O treinamento aconteceu na sede da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que será a instituição responsável por validar as ações no estado. Durante o encontro, os participantes puderam ter entendimento sobre os mapas, condições de seca e severidade, a evolução espacial e no tempo, e impactos sobre os diferentes setores envolvidos. 

A participação do Amapá no programa Monitor de Secas iniciou em maio de 2023, quando o governador Clécio Luís assinou a adesão do estado ao Pacto de Governança das Águas. Depois do treinamento, a próxima etapa vai acontecer de forma online, quando a ANA irá mandar as informações para a validação dos agentes e da Sema.

Segundo o especialista em recursos hídricos da ANA, Edimilson Silva, a expectativa é que até janeiro de 2024 o Amapá esteja totalmente integrado ao mapa geral do monitoramento no país. 

“O nosso foco aqui no estado é realizar um treinamento para o pessoal de instituições como Sema, Defesa Civil Municipal e Estadual com a finalidade formar agentes para fazerem a validação do mapa de secas do estado, que vai compor o monitor. Dentro dos próximos três meses o Amapá fará parte do mapa global de secas”, explica Silva.

Para a coordenadora de gestão de recursos hídricos da SEMA, Renatta Santos, a entrada do Amapá no programa vai permitir que, por meio de dados locais, as situações de crises climáticas no estado sejam prevenidas e melhor combatidas.

“A gente vai ter a partir de agora, o monitoramento de secas em vários níveis, seja da presença de não secas, secas leves e extremas. Teremos essas informações no recorte local do estado, o que vai ajudar em ações preventivas, para que no futuro, situações que ocorrem hoje na Região dos Lagos, não voltem a se repetir”, afirma a coordenadora.

O treinamento contou com representantes da Defesa Civil dos municípios de Macapá, Santana, Pedra Branca e Tartarugalzinho, especialistas da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e outras instituições.

Tartarugalzinho é um dos municípios que está sofrendo com a elevação dos focos de incêndio por conta do período de estiagem. Para o coordenador da defesa civil do município, Alex Tavares, a capacitação vai ajudar na tomada de decisões dos agentes em situações de crise climática.

“O treinamento é muito importante para nós que estamos passando por uma situação atípica no município. A capacitação irá engrandecer nosso conhecimento e nos ajudar a entender melhor a situação do clima, tanto na nossa região como em outras no Brasil. Conhecendo melhor os problemas, podemos atuar de forma preventiva e de forma reativa também, agindo conforme a situação exigir”, conta Tavares.

A coordenadora da sala de situação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh), Sara Cardoso, veio até o Amapá para aprimorar seus conhecimentos sobre o monitoramento de secas.

“Com os dados de monitoramento, nós conseguimos direcionar ações mais assertivas da defesa civil e dos municípios. A entrada do Amapá no monitor de secas é importante para tomadas de decisões da Sema, ações necessárias em extrema seca e escassez de água para população, visto que a água é um elemento importante para vida humana”, diz Sara.

Monitor de Secas

Nascido em 2014, o programa federal conta atualmente com a participação de mais de 50 instituições estaduais. Sua área de atuação é dividida em três estados autores no bloco regional Nordeste, outros três no bloco Sul e Sudeste e dois no bloco Norte e Centro-Oeste.  

Um de seus objetivos é integrar o conhecimento técnico e científico já existente em diferentes instituições estaduais e federais para alcançar um entendimento comum sobre as condições de seca. 

Com mais de 100 mapas publicados, o programa facilita a tradução das informações em ferramentas e produtos utilizados por instituições tomadoras de decisão e indivíduos, de modo a fortalecer os mecanismos de monitoramento, previsão e alerta precoce.

 Foto: Lucas Costa/Sema

Secretaria de Estado da Comunicação – SECOM

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