Estudante faz protesto solitário contra corrupção, na Assembleia do Amapá

G1 Amapá – O estudante de direito Rafael Pimentel fez um protesto solitário nesta quinta-feira (11) em frente a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap). Carregando nas mãos um megafone e uma lista com os processos da operação Eclésia, que investiga desvio de dinheiro na Casa, o estudante pediu explicações sobre as denúncias aos parlamentares e o fim da corrupção. Um panelaço havia sido convocado pelo movimento Brasil Livre através de redes sociais para o local, mas ninguém compareceu.

“O movimento está há algum tempo tentando mobilizar e sensibilizar a população para exercer a sua cidadania ativa contra a corrupção. Queremos estar presentes nos atos para acompanhar o que ocorre na política. E com a deflagração de mais um escândalo na TV, o clamor popular ficou mais evidente”, falou Pimentel, que é membro do movimento.

Ele fez referência à reportagem do Fantástico exibida no domingo (7), revelando a existência de 2,6 mil cargos no parlamento, entre eles, de funcionários dos gabinetes dos 24 deputados. De acordo com a reportagem, um dos políticos tinha 71 nomeados.

O manifestante solitário falou que a chuva e a falta de licença para utilização do carro de som em via pública afastaram o público do protesto. Sozinho, ele lembrou as ações contra a Alap, denunciadas pelo MP à Justiça, e questionou o destino do dinheiro, segundo a investigação, desviado da Casa..

Eclésia
A investigação apontou para um esquema de corrupção na Assembleia para desviar recursos públicos. O esquema consistia, segundo o MP, em uso de notas fiscais falsas para ressarcimento de verbas indenizatórias, diárias, fraudes em licitações e desvio de dinheiro público.

A primeira audiência resultante da Eclésia aconteceu em julho de 2014, depois de mais de dois anos. Estavam na condição de réus naquela ocasião, o ex-presidente da Assembleia Legislativa Jorge Amanajás (PPS), o presidente Moisés Souza, o ex-deputado estadual Eider Pena e outros três acusados.

O G1 mostrou, com base nas investigações do MP, que a utilização do benefício da verba pelos deputados acontecia sem controle. Até ração de cachorro e kit manicure foram adquiridos com o dinheiro público, segundo notas apresentadas pelo Ministério Público. Outra denúncia foi contra o atual vice-presidente da Assembleia, o deputado Kaká Barbosa (PT do B). Ele teria usado o nome de uma pessoa morta para firmar contratos de locação de veículos. OG1 mostrou com exclusidade detalhes do suposto esquema denunciado pelo MP.

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